A União Europeia (UE) exigiu nesta terça-feira o restabelecimento imediato do fornecimento de gás a partir da Rússia, depois que vários países europeus registraram cortes expressivos em seu abastecimento.
A situação é "completamente inaceitável", afirmaram a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) e a Presidência do bloco --ocupada pela República Tcheca--, em comunicado conjunto divulgado hoje.
Os cortes de abastecimento ocorreram sem aviso prévio e "em clara contradição" com as garantias dadas pelas máximas autoridades russas e ucranianas de que suas tensões bilaterais não afetariam o fornecimento à União Europeia.
A UE insistiu à Rússia e à Ucrânia que concluam suas negociações de maneira definitiva e resolvam sua disputa comercial bilateral.
O diálogo com os dois países será intensificado para que possam alcançar um acordo com rapidez, indica o comunicado.
Por sua vez, as autoridades ucranianas asseguraram hoje à União Europeia que estão fazendo o possível para normalizar o trânsito do gás russo aos consumidores europeus.
Assim manifestou-se o chefe adjunto do Secretariado da Presidência ucraniana, Oleksandr Shlapak, em reunião com uma delegação da UE, liderada pelo ministro da Indústria e Comércio da República Tcheca, Martin Rimam.
Logo após o início da reunião, o chefe da missão europeia disse que a situação com o trânsito do gás russo pelo território da Ucrânia é complexa e exige uma solução imediata, informou o escritório de imprensa da Presidência ucraniana.
"Junto com os colegas russos e na presença da Comissão Europeia, podemos analisar a situação e, espero, encontrar uma saída", disse Shlapak.
No entanto, acrescentou que, "infelizmente, não há documentos jurídicos que definam claramente as obrigações tanto da parte russa quanto da ucraniana sobre o fornecimento de gás à Ucrânia, assim como sobre seu trânsito para a Europa".
"Para que a pausa que surgiu no fornecimento não leve a um atoleiro, a Ucrânia, voluntariamente, de maneira unilateral, tomou a decisão de continuar sua função de passagem e, de fato, com seus próprios recursos, cumpre essa operação", acrescentou o chefe adjunto do Secretariado da Presidência ucraniana.
(Folha Online, 06/01/2009)