Uma equipe de cientistas ítalo-equatorianos estuda nas ilhas Galápagos (Equador) uma nova espécie de iguanas rosados, descobertos recentemente, e cujas características poderão alterar a história da evolução neste arquipélago.
Segundo Washington Tapia, diretor de pesquisas do Parque Natural das Galápagos, a cor desses grandes répteis, que podem medir até 1,80 m de comprimento, havia sido, de início atribuída a uma despigmentação de sua pele.
Foi, justamente, a partir de estudos de iguanas, pintassilgos e tartarugas de Galápagos, em 1835, que o cientista britânico Charles Darwin desenvolveu a teoria da evolução das espécies por seleção natural; mas não chegou a conhecer o iguana rosado.
Os primeiros répteis foram identificados em 1986, e, após longos estudos, os cientistas determinaram que possuíam um DNA único no mundo, comportando o tom rosado com manchas pretas que os caracterizam.
- Não determinamos ainda o tamanho da população (de iguanas rosados) mas achamos que é muito pequena; capturamos, até agora, 36 para as pesquisas - declarou Tapia à AFP.
- É uma espécie única e os movimentos dos que observamos diferem dos dos outros iguanas - acrescentou.
A descoberta é resultado de pesquisas iniciadas em 2001 por cientistas italianos e equatorianos, em colaboração com a Universidade Tor Vergata, de Roma.
As ilhas Galápagos possuem uma flora e uma fauna únicas graças, principalmente à sua localização - na confluência de três correntes oceânicas - e por seu isolamento extremo.
Análises já realizadas com o DNA de iguanas mostrou que as espécies terrestres se originaram das marinhas há cerca de 10 milhões anos.
Em um artigo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os cientistas da Universidade de Roma informam que o iguana rosado isolou-se das outras espécies de iguana de Galápagos há cerca de 5,7 milhões de anos.
E reuniram provas segundo as quais o iguana rosado não é uma variação dos mais conhecidos em Galápagos, como o amarelo Conolophus subcristatus, mas uma espécie afastada. Apresentam comportamentos e características externas diferentes como, por exemplo, o formato de suas cristas.
Composta de 13 ilhas e 17 ilhotas situadas no Oceano Pacífico a 1.000 km a oeste do litoral equatoriano, o arquipélago é considerado patrimônio natural da humanidade desde 1978. Em 2007, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) a declarou "patrimônio em perigo".
(Agência AFP,
Jornal do Brasil Online, 06/01/2009)