O que apressou a retirada da draga agora em janeiro foi uma multa de R$ 5 mil cobrada da Prefeitura, após ação do MPComeçou nesta terça-feira a remoção da draga abandonada desde 2003 na Lagoa de Barra Velha, no Litoral Norte. Uma empresa de Navegantes, que trabalha com desmanche de embarcações e reciclagem, foi contratada pela Prefeitura para o serviço. A limpeza deve levar 15 dias.
O desmanche completo não tem data prevista, segundo um dos sócios da empresa, Ricardo Klietzke. O que apressou a retirada da draga agora em janeiro foi uma multa de R$ 5 mil cobrada da Prefeitura, após ação do Ministério Público (MP), segundo o prefeito Samir Mattar (PMDB), que assumiu semana passada.
A preocupação do MP é com as consequências ambientais da draga. Com as cheias de novembro, teria havido vazamento de óleo na lagoa. Como a empresa responsável, a Transpavi-Codrasa, de São Paulo, não atende telefonemas e teria até alegado falência em anos anteriores, Mattar decidiu pela contratação de outra empresa para a remoção.
— Quero ver a lagoa livre daquele trambolho e a Prefeitura livre da multa. Não me interessa se é a empresa responsável ou outra que fará a remoção — afirma o prefeito.
A draga foi usada no "engordamento" (retirada de areia do fundo do mar para aumento da faixa de areia) da praia Central. O trabalho terminou em 2003 e o equipamento foi largado na lagoa. Entre 2003 e 2008, sofreu ações de vândalos, que atearam fogo à cabine.
Avaliada em R$ 2 milhões, segundo Klietzke, a draga tem poucas condições de ser reformada. O pagamento pelo trabalho de remoção deve ser o ferro velho e o que sobrar intacto do motor.
— Acertamos assim com a Prefeitura. Se a empresa de São Paulo não se manifestar em 30 dias, ficamos com a draga como pagamento — afirma.
A remoção depende de duas etapas.
— Precisamos tirar o óleo e desatolar a draga. Usamos cordões de isolamento para que o óleo não vaze. O óleo vai para outra empresa, para um destino ambiental correto. A segunda etapa é o desmanche. Como não tem como desparafusar, por causa da ferrugem, vamos ter que cortar o ferro com maçarico (fogo). Devemos enfrentar dificuldades nessa parte — acredita Klietzke.
(Por Rogério Kreidlow, A Notícia,
Diário Catarinense, 06/01/2009)