Bombeiros só removeram a colmeia da residência depois de ZH entrar em contato para solicitar explicaçõesNunca pareceu tão libertador para a psicóloga Alice Peres Duarte, 30 anos, abrir as janelas e acender as lâmpadas da sala de sua casa, no bairro Jardim Itu-Sabará, em Porto Alegre. Mais do que isso: poder manter as janelas abertas e a luz acesa a noite toda.
Depois de dois meses de peregrinação para obter que o Corpo de Bombeiros removesse um enxame de abelhas da antiga caixa de luz de seu pátio, ela e a família redescobriram a liberdade na noite de segunda-feira, quando a colmeia foi removida.
Ontem, os quatro moradores depararam com um tapete de abelhas mortas, mas algumas ainda sobrevoavam, resistentes. A remoção da colmeia que picou três vezes o pai de Alice ocorreu depois que Zero Hora contatou o comando dos Bombeiros em busca de explicações para o caso, para reportagem publicada ontem.
Em seus 60 dias de angústia, Alice ouvia uma diferente orientação a cada telefonema para a corporação, mas o serviço nunca era executado.
– Eu me sentia ameaçada pelas abelhas e desemparada por quem podia me ajudar. – disse.
Para retirar a colmeia, dois soldados utilizaram três tubos de inseticida, além de óleo diesel. Durante uma hora, lutaram contra o enxame, protegidos por roupas especiais. Aliviados, os moradores comemoraram a libertação com a retomada de hábitos até então interrompidos.
– Deu para ver TV, abrir a casa, ligar a luz e andar de pé no chão. Antes tinha de apagar a luz, porque enchia de abelhas – disse Alice, torcendo para que as resistentes encontrem um lar distante para elas.
Como agir
Perto de um enxame
Evite movimentos bruscos, pois as abelhas só picam quando se sentem atacadas
Desligue as lâmpadas, pois as abelhas são atraídas pela luz
Evite deixar alimentos doces expostos
Afaste animais e crianças do local
A quem recorrer
Em áreas particulares
Moradores ameaçados por enxames devem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193 e aguardar na fila por atendimento, ou contatar apicultores para fazer a retirada.
Na Capital, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente indica apicultores para fazer o serviço. O preço varia de R$ 20 a R$ 200 pelo serviço, dependendo da dificuldade de remoção, pelo telefone (51) 3289-7515
(ZH, 07/01/2009)