Enquanto a CPI do Agrotóxico, que deveria apurar a venda e o manuseio irregular de agrotóxico, não avança, os agricultores do Estado poderão contar com uma ajuda do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Em 2009, o órgão irá monitorar 15 novos vegetais para manter o controle do uso de agrotóxico. Três deles estão entre os mais vendidos no Estado.
O monitoramento principal será sobre a batata, o tomate e a banana. Segundo os dados do Central de Abastecimento (Ceasa), ao todo foram vendidos no Estado, em 2008, mais de 58 mil quilos de batata, 52 mil quilos de tomate e 45 mil quilos de banana.
Entretanto, segundo o MPA, o uso do agrotóxico no Estado é cada vez mais agressivo aos que o manuseiam e aos que consomem os alimentos. No Estado, por exemplo, há relatos de crianças nascidas com deformações pelo uso de venenos agrícolas. Há ainda casos de agricultores que aplicam os agrotóxicos e se tornam impotentes sexuais, ficam deprimidos e se matam. Os venenos também afetam a sexualidade das mulheres, provocando frigidez.
Além da batata, tomate e banana, também serão monitorados alimentos como o melão, morango, uva, abacaxi, alface, manga e limão. A pimenta-do-reino também será monitorada para detectar a presença da bactéria salmonella, que causa vômitos, enjôos e pode levar à morte, segundo o MMA.
A inclusão dos novos produtos foi determinada por instrução normativa que cria o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC). O objetivo é garantir alimentos cada vez mais seguros para os brasileiros e também contribuir para elevar as exportações.
Uma vez detectada qualquer irregularidade como o uso de agrotóxicos proibidos ou uso abusivo de substâncias a ponto de contaminar os vegetais, um fiscal visita a propriedade de onde vêm os alimentos e trabalha junto com o produtor para reverter o quadro.
Com a criação do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, as primeiras análises dos produtos passam a ser feitas já em janeiro, mas os resultados serão divulgados apenas ao final de cada ano.
O trabalho feito a partir do plano tem o reconhecimento de países da União Européia, Estados Unidos, China e Rússia.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 07/01/2009)