As emissões de CO2 vindas de um pequeno conflito nuclear também precisam ser colocadas na balança antes de optar por uma fonte energética, alerta um estudo publicado no periódico Energy & Environmental Science.
Quase 700 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) seriam liberados na atmosfera com apenas um pequeno conflito nuclear, de acordo com um estudo norte-americano que compara os custos ambientais no desenvolvimento de diversas fontes de energia.
Segundo o pesquisador Mark Z. Jacobson, professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de Stanford, o lado “positivo” de tal conflito seria a geração de 313 milhões de toneladas de poeira, o que faria com que uma grande quantidade de raios solares deixasse de chegar a superfície terrestre, criando um efeito de resfriamento regional significativo em um curto e médio prazo.
O efeito seria similar ao de uma erupção vulcânica. No final das contas, no entanto, o CO2 venceria e, o resultado seria um aumento ainda maior das temperaturas globais.
O objetivo do estudo é comparar os custos humanos e ambientais de várias fontes energéticas, de solar e eólica a nuclear e biocombustíveis. “Uma vez que a produção de materiais para armas nucleares ocorre apenas em países que possuem programas de energia nuclear civil desenvolvidos, o risco de uma troca nuclear limitada entre países ou a detonação de equipamentos nucleares por terroristas aumentou devido a disseminação de usinas de energia nuclear por todo o mundo”, disse Jacobson, segundo uma reportagem do Blog Ambiental do jornal britânico Guardian.
O pesquisador afirma que este é o principal motivo que justifique o cálculo de números de mortos e emissões de carbono causados pela queima de infra-estrutura associada a proliferação de equipamentos de energia e armas nucleares.
Segundo Jacobson, apesar de a maior preocupação ser com o número de mortos no caso de um conflito, e não com as emissões de carbono, os políticos precisam colocar na balança todos os riscos futuros em potencial quando comparam diferentes fontes energéticas.
“Se uma troca nuclear como a descrita acima ocorrer nos próximos 30 anos, o total de emissões de carbono resultantes da proliferação de armas nucleares causada pela expansão de energia nuclear mundial seria de 1,1 a 4,1 gramas de CO2 por quilowatt hora, sendo que a geração energética considerada é o total de 2005 multiplicado pelo número de anos a ser considerado”, explica o cientista.
(Por Paula Scheidt,
Carbono Brasil, 05/01/2009)