O nível da barragem Santa Bárbara está 1,4 metro abaixo do normal. Esta marca ainda não preocupa o diretor-presidente do Sanep, Ubiratan Anselmo, pois em 2006 ela chegou a 3,5 metros, obrigando a prefeitura a fazer a transposição de água do arroio Pelotas. Mas mesmo otimista com a previsão meteorológica, de ocorrência de chuvas durante este mês, Anselmo pede que a população não desperdice água tratada ao regar jardins, lavar carro ou encher piscinas (caso em que a água pode ser tratada e reaproveitada nas lides domésticas).
Para atender a regiões críticas da cidade, onde o abastecimento está comprometido, o Sanep refaz a rede e até o final do mês deve concluir o serviço. Equipes da autarquia atuam no Pontal da Barra e Dunas, onde a rede nova também vai melhorar o abastecimento no Obelisco e Vasco Pires; continuação da avenida 25 de Julho, Vila Mariana e Laranjal, locais em que há uma semana não havia água, mas o fornecimento foi retomado ontem. Mesmo fraca em muitos pontos, a água voltou a correr nas torneiras. 'No início do verão, ocorre desabastecimento pelo grande aumento no consumo. É preciso mais tempo para encher os reservatórios – leva de três a quatro dias –, pois a cidade é plana', diz Anselmo.
No Obelisco, segundo a doméstica Fátima Ribeiro, a pressão é muito fraca. Para lavar a cozinha e o banheiro, ela utiliza a água da piscina, que retira de balde. 'A piscina é que está nos salvando', afirma. Já Elisângela Contreira retomou a atividade comercial depois de uma semana sem água em casa. Ontem, ela recomeçou a fazer o que lhe rende o sustento: sacolé para vender. 'Mas tomar banho só tarde da noite', frisa.
(CP, 06/01/2009)