Seguindo uma tendência mundial, o Brasil já possui duas certificações para construções que agridem pouco o meio ambiente, os chamados prédios verdes. As certificações são o selo Leed e o Aiequa. Eles medem o quanto sustentável foi uma obra e se o empreendimento consome pouco energia e água.
O selo Aqua faz uma exigência, que só acontece no nosso país. É a cota de materiais de construção com nota fiscal. Para o selo, deve-se “conhecer e escolher fabricantes de produtos que não pratiquem a informalidade fiscal e trabalhista na cadeia produtiva”. Há uma cota mínima para cada uma das sete famílias de materiais, como os das fundações, pintura e revestimentos de piso. Para obter o selo de nível “Bom”, a construção deve ter pelo menos 50% dos materiais com nota fiscal e 80% para ter o selo “Superior”.
A exigência é uma exclusividade brasileira, mas não é nenhum mérito. Manuel Martins, coordenador-executivo do Processo Aqua, explica que eles cobram as notas fiscais porque no Brasil, a informalidade e a sonegação de impostos é muito comum, ao contrário do que acontece na França, onde o selo foi criado. “A empresa que constrói um prédio tem que saber quem são os fornecedores legais e mostrar que prioriza a compra com eles”. Apesar da boa intenção, o cenário ideal ainda está distante. “Somos realistas. Não exigimos 100% dos produtos com nota-fiscal porque sabemos que não é tão fácil e comum no Brasil” diz Manuel.
(Por Thaís Ferreira,
Blog do Planeta,03/01/2009)