Em apenas um ano, uma planta de carvão depositou mais de 997,7 mil quilos de materiais tóxicos em uma área de contenção que apresentou falhas nesta semana, inundando 300 acres no leste do Tennessee, a 40 milhas de Knoxville, Estados Unidos, segundo um inventário da Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA).
O inventário foi aberto ao público pela Autoridade do Vale do Tennessee na segunda-feira (29/12) por requerimento do jornal The New York Times, mostrando que em apenas um ano, os subprodutos da planta incluíram cerca de 20,4 quilos de arsênico, 22,22 quilos de chumbo, 635 mil quilos de bário, 41,26 quilos de cromo e 635 quilos de manganês. Esses metais causam câncer, danos ao fígado e complicações neurológicas, entre outros problemas de saúde.
O ponto de contenção na Planta Fóssil de Kingston, 40 milhas a oeste de Knoxville, continha esses depósitos há várias décadas.
Durante dias, as autoridades sustentaram que o esgoto industrial liberado no local não era tóxico, embora se soubesse há muito tempo que as cinzas de carvão continham concentrações perigosas de metais pesados.
Na segunda (29/12), uma semana após o vazamento, a Autoridade juntou uma declaração da EPA e de outras agências recomendando que o contato direto com as cinzas deveria ser evitado e que animais domésticos e crianças deveriam ser mantidos longe das áreas afetadas.
Moradores reclamaram que a Autoridade foi muito lenta em informar sobre o conteúdo das cinzas e que sobre as amostras de sedimentos de água e solo ao redor do vazamento.
"Eles pensam que a população é estúpida, que não sabe somar dois mais dois", disse Sandy Gupton, enfermeira contratada para testar a qualidade da água na área de 300 acres de sua família, agora afetada pelo vazamento do esgoto industrial. Levou cinco dias para a Autoridade nos responder, disse.
O inspetor-geral da Autoridade do Vale do Tennesse, Richard W. Moore, disse que abriria uma investigação para saber as causas do vazamento, a adequação da resposta e como prevenir vazamentos de áreas similares em outras plantas, segundo reportagem do The Knoxville News Sentinel.
(Por Sahila Dewan, The New York Times, 29/12/2008)