O deputado estadual Frederico Antunes (PP) reúne-se na próxima terça-feira (06/01), à tarde, em São Paulo, com o secretário Nacional de Energia, Josias Araújo, e com o secretário adjunto do Ministério das Minas e Energia, Ricardo Homrich. O encontro é mais uma etapa na tentativa de reativar a usina térmica da AES de Uruguaiana que desde maio paralisou as atividades em conseqüência da suspensão do fornecimento de gás por parte da Argentina.
Durante a audiência Antunes tomará conhecimento dos resultados do encontro que reuniu técnicos brasileiros e argentinos em busca de alternativas para a volta à normalidade. "O momento é de definição, já que, através de correspondência, o governo da Argentina oficializou uma alternativa que até agora não foi respondida por Brasília", afirma Frederico Antunes que, depois, vai se reunir com o presidente do Grupo AES Brasil, Jorge Luiz Busato.
Frederico Antunes avistou-se no último dia 15, em Bueno Aires, com o secretário Nacional de Energia da Argentina, Daniel Cameron, e soube que em 19 de novembro o governo daquele país encaminhou proposta e aguarda uma resposta do Ministério das Minas e Energia.
Pelo documento, durante o período de verão (de outubro a abril), a Argentina enviaria gás natural para a usina de Uruguaiana que geraria energia elétrica. Neste período, esta geração térmica possibilitaria o estoque de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras.
No período de inverno (de maio a agosto), o Brasil devolveria à Argentina, através de exportação de energia elétrica gerada pelas usinas hidrelétricas brasileiras neste período, em quantidade equivalente à energia elétrica gerada com o volume de gás natural recebido da Argentina. "É preciso uma definição para o impasse, o mais rápido possível, para que a térmica de Uruguaiana retome o funcionamento e se afaste o risco de desativação definitiva", advertiu Frederico Antunes, advertindo que o complexo poderá ser transferido para os Estados Unidos.
A usina AES Uruguaiana nasceu de uma licitação do governo do Estado em 1997. As operações iniciaram-se em 2000 e representam 12% da capacidade de geração de energia do Estado. Na época, recebeu um investimento de US$ 360 milhões. E atualmente oferece 170 empregos diretos e indiretos. Desde 2004, o fornecimento de gás tem sofrido freqüentes interrupções devido à crise de energia na Argentina.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 31/12/2008)