Um grupo no Ceará, formado por biólogos, geógrafos e engenheiro de pesca, se uniu para defender o peixe-boi. Em pesquisas, eles descobriram que o motivo dos encalhes do animal na costa pode estar ligado à destruição dos mangues, berço para a reprodução da espécie.
"O peixe boi marinho percebe isso diretamente e migra para outros ecossistemas. Ele migra para outros sistemas, porque ali ele não tem refúgio, não tem a quantidade de alimento e nutrientes ideais para a sua permanência naquele ambiente", explica o geógrafo Jeová Meireles.
Quando o peixe-boi encontra um ambiente poluído, a alternativa é voltar para o alto-mar, onde nascem os filhotes. Sem proteção, os pequenos mamíferos são arrastados pelas correntes marítimas até a praia, onde podem morrer.
A estimativa do grupo é de que, do Espírito Santo ao Amapá, existam apenas 250 peixes-boi. "Hoje em dia, ele é o mamífero marinho mais raro no litoral brasileiro e o mais ameaçado de extinção no Brasil", afirma o biólogo marinho Alberto Campos.
Uma saída para proteger o peixe-boi é a revitalização dos mangues com o plantio de espécies nativas. O biólogo japonês Takayuka Tsuji fez esse trabalho no Norte do país e diz que a técnica pode ser aplicada também no Nordeste. "Acho que podemos introduzir o método de recuperação de mangues no Ceará, porque as espécies são iguais e as condições de clima são parecidas", diz Tsuji.
(G1, Ambiente Brasil, 03/01/2009)