Mesmo com o recuo das vendas de defensivos agrícolas no último trimestre de 2008, devido à crise financeira global, a indústria projeta um balanço do ano com crescimento de 25% no faturamento. Até novembro, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindag) expansão de 29% do mercado, chegando a R$ 11,803 bilhões em vendas. Nos 10 primeiros meses do ano, o acumulado chegava a 31%. A queda nos negócios ocorreu no período em que normalmente há maior demanda, quando começa a safra de verão, ressaltou o vice-presidente do Sindag, José Roberto Da Ros.
Em 2009, a entidade dá como certa a queda na venda de fertilizantes, pelo menos nas culturas de milho e algodão. A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que estas lavouras produzam 7,2% e 20% menos, respectivamente. O vice-presidente do sindicato explica que a situação é complicada para as duas culturas, especialmente no atual cenário de estoques elevados e baixos preços. Da Ros inclui ainda nessa lista a cana, também afetada pela crise financeira.
Outras projeções para 2009 são consideradas “chute” pelo dirigente. A expectativa da indústria recai principalmente sobre as condições de venda da safra 2008/09.
– Será que o agricultor terá recursos para negociar a safra? – questiona Da Ros.
A verba para a comercialização da produção é uma das principais demandas do setor, que sofre com a restrição de crédito.
O Sindag contabiliza US$ 845,7 milhões em débitos de produtores, referente a parcelas de empréstimos contraídos em 2005/2006 e 2006/2007. Além disso, as devoluções de produtos nesse período custaram à indústria US$ 182 milhões.
Segundo o vice-presidente, o problema é maior nos Estados do Centro-Oeste, Tocantins, Maranhão e parte da Bahia, onde cerca de 80% dos créditos são concedidos pela indústria ou a têm como avalista.
(Zero Hora, 02/01/2009)