O agravamento da estiagem na região de São Borja fez com que os bombeiros fossem acionados para auxiliar a prefeitura no abastecimento de água da periferia da cidade. Na véspera do Ano-Novo foram necessário dois abastecimentos, só no período da tarde, na vila Kilka, área não atendida pela Corsan.
Usando um caminhão-tanque com capacidade para 7 mil litros, os bombeiros atenderam 83 pessoas. A operação foi de reposição de poços como solução emergencial.
Além da vila Kilka, a prefeitura vem fazendo abastecimentos em outras regiões em situação crítica, como a vila Umbu e o Rincão da Cria, na periferia Leste da cidade. Em consequência da estiagem, os bombeiros vêm atendendo um recorde de fogo em campos, matos e fundos de quintal.
Em 2008, São Borja registrou déficit de 201,8 milímetros de chuva, segundo dados da Estação da Fepagro. Ao longo do ano, o volume acumulado de precipitações deveria ter sido de 1.637,8 milímetros, mas ficou em 1.436 milímetros. De acordo com observador meteorológico Carlos Ferreira, em apenas quatro meses de 2008, choveu acima da média. Outubro foi o mês mais chuvoso, com 461 milímetros, e, em contrapartida, novembro foi o mês mais seco, com somente 16,4 milímetros na região. Em dezembro, a Fepagro contabilizou 53 milímetros, mas foram chuvas localizadas e mal distribuídas, ante os 128 milímetros considerados normais.
(Correio do Povo, 02/01/2009)