Cientistas de uma universidade da Irlanda acreditam que um tipo diferente de grama poderia ajudar a diminuir a quantidade de gases produzidos pelo gado que dela se alimentar. Devido ao seu processo de digestão, o gado produz grande quantidade de metano, um gás relacionado às mudanças climáticas, e há anos pesquisadores têm buscado formas de diminuir o problema.
Segundo os cientistas da University College, de Dublin, o uso de um tipo específico de grama, mais doce e mais gordurosa do que a grama comum, poderia reduzir os gases e beneficiar também, indiretamente, a saúde humana. A abordagem, porém, ainda está em estágios experimentais e não há provas de que ela possa funcionar.
“Embora a grama configure uma dieta de baixa gordura, nós podemos manipular o vegetal, e estamos trabalhando com diferentes culturas de grama neste momento”, disse David Kenny, especialista em nutrição animal da universidade.
“Certos tipos de gorduras podem melhorar a qualidade do produto (grama) e ao mesmo tempo reduzir a produção de metano. É uma situação em que todos ganham, o produtor (de gado) e o consumidor.”
Problema irlandês
O problema do gás produzido pelo gado é particularmente grave na Irlanda, porque lá a maioria dos animais cresce se alimentando justamente de grama – um alimento que naturalmente aumenta a quantidade de metano liberado por eles. Nas pesquisas para resolver o problema, muitos cientistas acreditam que simplesmente dar aos animais um remédio especial pode resolver o problema.
Entretanto, muitos na comunidade científica irlandesa são céticos em relação a isso. Outros cientistas têm procurado desenvolver novas raças de gado que se desenvolvem mais rápido e, dessa forma, emitem menos metano – já que suas vidas são mais curtas.
(BBC, 29/12/2008)