O Kuwait cancelou neste domingo (28/12) um acordo que daria origem a uma petroquímica de 17,4 bilhões de dólares, em parceria com a gigante norte-americana Dow Chemical, informou a agência estatal KUNA.
O cancelamento do negócio, que encontrou resistência no parlamento do país, é um golpe na maior petroquímica dos Estados Unidos que planejava usar o processo para reembolsar uma grande parte dos 13 bilhões de dólares em dívida que a companhia vai assumir com o acordo da aquisição da concorrente Rohm & Haas no início de 2009.
O conselho supremo do petróleo, em reunião dirigida pelo primeiro-ministro Sheikh Nasser al-Mohammad al-Sabah, "chegou à decisão de cancelar o contrato", divulgou a KUNA.
A estatal Petrochemical Industries Co (PIC) assinou um acordo com a Dow Chemical no início deste mês para lançar a parceria K-Dow Petrochemicals, a partir da qual teria que pagar 7,5 bilhões de dólares. O acordo era parte da estratégia da Dow Chemical para reduzir sua exposição à natureza cíclica do comércio de derivados de commodities.
O acordo desagradou alguns parlamentares do Kuweit, que diziam que o projeto não era viável, diante das atuais viável diante da atual crise econômica e da queda nas vendas de produtos petroquímicos.
Quatro parlamentares ameaçaram interrogar o primeiro ministro, que é membro senior da família real, se o negócio não fosse desfeito.
Outra ação de alguns deputados para interrogar Sheikh Nasser levou à renúncia do primeiro-ministro em novembro, ainda que o emir Sheikh Sabah al-Ahmad al-Sabah tenha renomeado seu sobrinho ao posto.
(Por Ulf Laessing, Reuters, com Estadão online, 28/12/2008)