Após uma das piores estiagens de sua história, a Argentina enfrenta novos prejuízos no campo neste final de ano. Nuvens de gafanhotos estão liquidando lavouras de soja, milho, sorgo, girassol e pastagem de gado em áreas rurais em Córdoba, Buenos Aires e Santa Fé. Conhecidos pela sua facilidade de migração por centenas de quilômetros em busca de alimentos, os insetos podem chegar ao Estado. Os riscos do Rio Grande do Sul entrar na rota dos gafanhotos preocupam entomologistas e agrônomos.
Segundo o pesquisador da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Wilson Caetano, essa possibilidade dependerá do grau de infestação e da rapidez da ação dos argentinos contra o surto. O controle químico é indicado antes mesmo da formação da nuvem, a partir da constatação de quatro gafanhotos adultos por metro quadrado. No Brasil, não há, segundo Caetano, estações de monitoramento que possam detectar o problema antes de sua ocorrência.
De acordo como o professor Daniel Igarzábal, da Faculdade de Agronomia de Córdoba, o aparecimento de gafanhotos é cíclico, em geral, após períodos prolongados de seca como aconteceu neste ano na Argentina. O pr