A situação dos rios em Porto Alegre e na região Metropolitana é de alerta, apontam especialistas. Na Capital, o volume de águas do Guaíba passa por queda significativa. O nível está baixo, apenas 11 cm acima do nível do mar, enquanto a média é de 84 cm.
Em São Leopoldo, o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) começa a solicitar que a população e o setor produtivo reduzam ao máximo o consumo devido à realidade do Rio dos Sinos, que apresenta queda no volume das águas. O problema foi apontado no mesmo período do ano passado, quando houve desabastecimento de 48 horas. Segundo o diretor-geral do Semae, Luiz Castro dos Santos, ainda não ocorreu problema operacional. A expectativa está voltada à chegada da chuva, prevista para esta semana, para que amenize o quadro.

De acordo com Santos, não há perspectiva de precipitações suficientes para recuperar os níveis do Rio dos Sinos. 'Estamos em um período de sobreaviso. Com o aumento das temperaturas, cresce o consumo. Estamos solicitando que a população e os produtores economizem água. O cenário prejudica também a captação. A maior quantidade de areia torna mais demorado o processo', explica.
Situação semelhante é enfrentada pelo rio Gravataí, onde a cada dia reduz-se a quantidade de água. Por dia, o nível cai 10 cm. 'A situação é de alerta. Está baixando assustadoramente', destaca o diretor-presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí, Paulo Roberto Müller. Segundo ele, o manancial chegou a recuperar o nível normal com chuvas registradas há duas semanas. Müller enfatiza que, enquanto não ocorrerem obras no Gravataí, o problema continuará. 'São necessárias obras que regularizem a vazão do rio. O Banhado Grande e a Lagoa Anastácia, que regularizavam a vazão, não retêm mais água porque o Gravataí foi sistematizado para isso. Ele enche rápido e esvazia rápido', ressalta.

As previsões de calor intenso no verão deixam o quadro pessimista. Se não chover regularmente no período, a situação será agravada, podendo ocorrer desabastecimento em vários pontos, alertam os especialistas.
 
(CP, 23/12/2008)