O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), em pronunciamento nesta segunda-feira (22/12), manifestou apoio à luta dos seringueiros do município de Xapuri contra multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). O parlamentar leu manifesto do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri com críticas à operação Reserva Legal, do Ibama, que puniu moradores por infrações ao meio ambiente.
"O sindicato repudia veementemente o caráter de perseguição e criminalização dos seringueiros e moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes", diz a nota. O seringueiro e sindicalista Chico Mendes (Francisco Alves Mendes Filho) morreu assassinado em dezembro de 1988 em razão de sua luta ambiental empreendida a partir de Xapuri.
No entender do sindicato, as medidas adotadas pelo Ibama não se justificam, uma vez que, nos 18 anos desde a criação da reserva, o órgão não pôs em prática uma política de garantia de renda para os seringueiros pela dedicação exclusiva ao extrativismo. Por isso, a utilização da pecuária para complemento de renda tem sido uma saída para os trabalhadores em dificuldades.
A nota aponta também a inexistência de um trabalho de esclarecimento e conscientização sobre as regras de uso e manejo da reserva. E acrescenta que o valor das multas tornará ainda mais dramática a sobrevivência das famílias.
- O melhor seria permitir o reflorestamento das áreas desmatadas - disse Mesquita Júnior, concordando com sugestão apresentada em aparte a seu discurso pelo senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO).
O senador pelo Acre mencionou ainda o fato de que a presidente do sindicato, Derci Teles Carvalho, foi alijada das comemorações da Semana Chico Mendes por fazer uma avaliação crítica negativa do quadro no município 20 anos após o assassinato do lendário líder sindical e ambientalista.
Chico Mendes foi assassinado no quintal de sua casa em 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos. A justiça condenou o fazendeiro Darly Alves da Silva (mandante) e seu filho Darci pela morte do seringueiro. Em fevereiro de 1993, eles fugiram da prisão, em Rio Branco. Darci foi recapturado em novembro do mesmo ano.Darly só voltou a ser preso em 1996. Durante esse tempo chegou a obter um empréstimo no Banco da Amazônia (Basa), crime pelo qual o fazendeiro foi condenado a dois anos e oito meses de prisão.
(Agência Senado, 22/12/2008)