A Coordenadoria Andina de Organizações Indígenas (CAOI), que integra grupos indígenas da Bolívia, Equador, Colômbia, Chile e Argentina, pediu, em comunicado divulgado na semana passada, que a comunidade internacional intervenha na Colômbia e que a União Sul-americanas de Nações realize uma visita ao país e elabore um relatório sobre os assassinatos seletivos perpetrados pelas forças públicas.
Um dos assassinatos citados no comunicado da CAOI foi o de Edwin Legarda, ocorrido no dia 16 de dezembro deste ano. Legarda era esposo de Aída Quilcue, indígena que liderou as marchas de milhares de aborígines colombianos em novembro. Os familiares de Legarda acreditam que ele tenha sido assassinato pelo Exército do país, o que demonstraria ser um ato de represália em relação à Minga.
As organizações indígenas consideram esse assassinato mais um crime cometido contra os povos indígenas pelo Estado dentre tantos outros. Políticas de perseguição, incursão armada aos territórios, deslocamentos forçados, detenções, torturas, assassinatos e desaparições são os tipos comuns de violações de direitos humanos praticados pelo Estado, de acordo com a CAOI.
Denunciam ainda que o comportamento do governo de Álvaro Uribe é criminoso e racista: "Em conseqüência, a Coordenadoria Andina de Organizações Indígenas (CAOI), e suas organizações integrantes, demandamos à comunidade internacional que Álvaro Uribe Vélez seja julgado em um tribunal internacional pelo crime de genocídio e responda por seus crimes, os quais incluem o suspeito excesso de tolerância com os grupos paramilitares".
Na semana passada, o coordenador-geral da CAOI, Miguel Quispe, exigiu que o governo de Uribe defina uma postura em relação aos povos indígenas, pois simula uma atitude de diálogo, se nega a ele, reprime a Minga Indígena e Popular pela Resistência e depois continua com os assassinatos coletivos.
(Adital, 22/12/2008)