Em visita oficial ao país, onde participará de cúpulas na segunda e terça-feiras, líder francês pedirá metas para a redução de C02
Paris — Em sua primeira visita oficial ao Brasil, marcada para segunda e terça-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, vai cobrar do governo brasileiro a criação de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Dez dias depois da 14ª Conferência do Clima (COP-14) da ONU, durante a qual aprovou seu próprio programa ambiental, a União Européia (UE) vai defender, no Rio, a adoção de objetivos numéricos também por parte dos países emergentes, visando um acordo na COP de Copenhague, em 2009. A revelação foi feita em Paris pelo conselheiro diplomático do governo francês, Jean-David Levite, às vésperas da viagem de Sarkozy ao Brasil. O chefe de Estado participará das cúpulas Brasil/União Européia e Brasil/França, que ocorrerão segunda e terça-feiras no Rio.
A menos de um ano da 15ª COP, na Dinamarca, o bloco europeu quer garantir a mobilização de países em desenvolvimento, já que as nações industrializadas serão obrigadas a se comprometer a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2). A pressão sobre os emergentes se dará porque a Europa acredita que os EUA, sob a administração de Barack Obama, vão se incorporar às negociações internacionais. 'Se o Japão se unir ao esforço, vamos nos voltar aos países em desenvolvimento e pedir mais progressos. Queremos que o Brasil aceite obrigações numéricas, já que é o quarto maior emissor mundial de gases de efeito estufa', disse Levite.
Nem o Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), anunciado pelo Ministério do Meio Ambiente no dia 1º de dezembro, vai reduzir a pressão européia. No PNMC, o Brasil se comprometeu a reduzir o desmatamento da Amazônia em 73% até 2017, desde que receba recursos internacionais. Entretanto, o país ainda não tem metas de redução de emissões de CO2.
(Correio do Povo, 21/12/2008)