O PAS (Plano Amazônia Sustentável), lançado em abril pelo governo, sob a gestão do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, "está travado", na avaliação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Para Minc, a integração entre ministérios para ações conjuntas de proteção da Amazônia não avançou de forma satisfatória.
"Um ministério vai lá e abre uma estrada, outro vai lá e constrói uma hidrelétrica, outro expande a fronteira agrícola. Depois aumenta o desmatamento e sou eu que tenho que explicar", disse hoje (18), após a abertura do 6° Seminário Técnico Científico de análise dos dados do desmatamento.
O ministro apontou o programa gerenciado por Mangabeira como um dos itens que menos avançaram na agenda de políticas ambientais em 2008.
"Também aumentou desmatamento em áreas menores, houve pulverização. E ainda tem a questão da regularização fundiária: 80% das terras você não sabe de quem é, como pode multar se não sabe quem é dono?", apontou.
Ao citar os pontos positivos da área ambiental neste ano, Minc listou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima que prevê metas de redução do desmatamento na Amazônia , a queda do desmate nos meses mais críticos do ano, o programa de incentivo ao turismo nos parques e o Fundo Amazônia.
Em relação ao corte no orçamento de sua pasta, que, segundo ele, perdeu R$ 400 milhões, Minc afirmou que a redução pode afetar os processos de licenciamento ambiental e o combate ao desmatamento. "Tem compromissos que o Brasil assumiu. Vai ser um mico internacional", comentou.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, que também participou da abertura do seminário, fez coro à reclamação de Minc sobre corte de recursos.
"Se os recursos para ciência e tecnologia forem cortados em R$ 1 bilhão, nossos programas serão inviabilizados", avaliou. No entanto, Rezende acredita que os remanejamentos sinalizados pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, poderão amenizar as perdas da área. "Estou ansioso", acrescentou.
(Agência Brasil,
Folha de S. Paulo, 18/12/2008)