Uma reunião em Brasília, marcada para o dia 5 de janeiro, vai definir a situação da usina térmica da AES em Uruguaiana. A revelação é do deputado Frederico Antunes (PP) depois de reunião nesta quinta-feira (18/12) com o secretário de Energia do Ministério das Minas e Energia, Josias Matos de Araújo. O complexo está paralisado desde maio porque o governo da Argentina suspendeu o fornecimento de gás. Na última segunda-feira (15/12), Antunes reuniu-se em Buenos Aires com o secretário de Energia da Argentina, Daniel Cameron e soube que o país vizinho enviou ao governo brasileiro proposta para superar o impasse.
O encontro de janeiro reunirá os dois secretários e técnicos dos dois países para buscar uma alternativa que signifique a reativação da usina da Fronteira Oeste. "A proposta de solução argentina foi remetida em 19 de novembro, mas até agora Brasília não se manifestou", lamenta Frederico Antunes.
Pelo documento proposto, durante o período de verão (de outubro a abril), a Argentina enviaria gás natural para a usina de Uruguaiana que geraria energia elétrica. Neste período, esta geração térmica possibilitaria o estoque de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras.
No período de inverno (de maio a agosto), o Brasil devolveria à Argentina, através de exportação de energia elétrica gerada pelas usinas hidrelétricas brasileiras neste período, em quantidade equivalente à energia elétrica gerada com o volume de gás natural recebido da Argentina.
Frederico Antunes destaca que a usina térmica da AES é fundamental para a região e para o Estado, "principalmente no momento em que existe uma ênfase mundial em torno do estímulo às energias limpas", acrescenta. O parlamentar adverte ainda para outras perdas a partir da desativação total do complexo e a transferência para os Estados Unidos. "Isso seria lamentável sob todos os aspectos e um prejuízo enorme para a União. Afinal, mais de 50% do capital investido na usina se constitui de recursos do BNDES", revela.
No dia 7, Frederico Antunes reúne-se em Brasília com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, para discutir detalhes da proposta a ser formulada do encontro com os argentinos. "A expectativa em toda a região é muito grande pela permanência do projeto em Uruguaiana. Acredito que finalmente chegaremos a um acordo favorável para os dois países, o que se reverterá em benefícios para o município e para a Fronteira Oeste", conclui Antunes.
(Por Cristiano Guerra,
Agência de Notícias AL-RS, 18/12/2008)