O potencial produtivo em florestas plantadas de Mato Grosso do Sul é de pelo menos 1 milhão de hectares, conforme afirma o gerente da STCP Engenharia Ambiental, Bernard Delespinasse. No entanto, pouco mais de 25% desse potencial é utilizado, já que há apenas 270 mil hectares de florestas plantadas em todo Estado, concentrando-se a produção nas cidades de Campo Grande e Três Lagoas.
“MS tem um enorme potencial para a produção de florestas plantadas”, assegurou Delespinasse. A STCP realizou um diagnóstico do Estado com relação à sua capacidade de implantação de florestas plantadas, analisando solo, clima, espécies mais adaptáveis, ou seja, “as potencialidades do meio físico e também sócio econômico”, conforme o gerente. Conforme Delespinasse, investimentos em florestas plantadas são uma alternativa vantajosa para MS, uma vez que além das potencialidades do próprio estado, há ainda o crescimento do setor em todo Brasil.
O gerente assinalou também a preferência pela plantação de eucalipto nesse setor, já que a espécie tem um desenvolvimento rápido e vantajoso. “Além de crescer rápido, o eucalipto produz muito e serve para tudo: desde a fabricação de móveis, quanto de carvão e celulose”, afirmou.
A mesma opinião é compartilhada pela gerente de gestão estratégica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha, que explicou que o Painel Florestal é um meio de integrar o setor e ampliar as possibilidades existentes. “Hoje Mato Grosso do Sul não pode mais ser visto apenas como um produtor de boi e soja, há a mineração, o Eucalipto e temos que diversificar cada vez mais”, garantiu. Assim, Sandra diz também que a preferência pelo eucalipto acontece porque seus subprodutos podem ser usados nas mais variadas áreas, o que projeta um futuro de expansão para o setor.
Cadeia
Fabricação de móveis, celulose, carvão vegetal, desinfetantes, descongestionantes. A utilização do eucalipto pode ser realizada nos mais variados setores e por isso é tão vantajosa sua produção. Delespinasse diz que hoje, no Estado do Mato Grosso do Sul, a espécie é mais utilizada na mineração, siderurgia e celulose, que necessitam de um período mais curto de produção, sendo que a plantação já poderia ser utilizada para esses setores em cerca de seis ou sete anos.
“Mas precisamos pensar em longo prazo também. Em utilizar o eucalipto para a fabricação de móveis, que precisaria de uma tora maior e um tempo maior de crescimento (de dez a 12 anos)”, destacou o gerente da STCP.
Há cerca de 800 micro e pequenos empresários do setor moveleiro em todo Estado, segundo o levantamento da empresa, mas produzem em pequena escala, “o que é um problema, já que MS tem um potencial enorme para a produção de florestas plantadas. Falta conhecimento e falta tecnologia para esses empresários”, afirmou Delespinasse. O gerente disse ainda que 80% de toda plantação existente hoje em Mato Grosso do Sul é utilizada na siderurgia, “o que não pode ser um empecilho para a utilização da madeira em outras áreas”.
(Capital News, Adaptado por Celulose Online, 17/12/2008)