O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, na última sexta-feira (12/12), ações por irregularidade ambiental contra 107 empresas e 202 pessoas, acusadas de desviar 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira. Essa quantidade de madeira é o equivalente à 71 mil carretas de transporte de toras e, caso as carretas fossem enfileiradas, formariam uma fila de 639 quilômetros.
Se acumulados os prejuízos causados por todos os acusados, o valor total de multas seria de R$ 2 bilhões. Os acusados são empresas que deviam, até 2007, as maiores multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, e as empresas envolvidas no esquema criminal conhecido como "Ouro Verde II", descoberto em 2007 e que prendeu 30 envolvidos em adulterações no sistema eletrônico de créditos florestais do Ibama.
A ação foi assinada por todos os procuradores da República em Belém, e solicita à justiça que os acusados sejam obrigados a reflorestar a área desmatada. O total, o MPF pede que sejam reflorestados 364 quilômetros quadrados de terra, tamanho equivalente ao município de Curitiba.
Segundo o Ministério Público, a maioria absoluta das pessoas e empresas citadas nas ações já foi acusada de cometer fraudes em licenças ambientais, e praticamente metade das empresas estão sendo investigadas, após denúncia do MPF, por irregularidades na região amazônica. Também constam na lista casos do trabalho escravo, fraudes previdenciárias e tributárias.
(Amazonia.org.br, 18/12/2008)