O esposo de Aída Quilcue, indígena que liderou as marchas de milhares de aborígenes colombianos em novembro passado, foi assassinado nesta terça em um atentado atribuído ao Exército Colombiano, segundo informaram seus familiares.
Edwin Legarda, esposo de Quilce, que é a autoridade máxima do Conselho Regional do Cauca (CRIC), faleceu em um hospital da cidade de Popayan (650 km ao sudeste de Bogotá), onde foi transferido depois do ataque. Legarda, de 28 anos, que recebeu três tiros de bala, morreu quando sofria intervenção cirúrgica. Assim informaram seus familiares, indicando que "foram tiros de fusil".
Legarda foi, supostamente, assassinado quando viajava para Popayán para pegar sua esposa, que participava de uma reunião de direitos humanos da ONU, em Genebra. Minutos antes, quando seu esposo ainda era operado, a líder do CRIC assegurou que o atentado em contra ela mesma - ainda que não estivesse com ele - e o atribuiu ao Exército.
"Está confirmado que é o Exército Nacional", declarou então aos meios locais. "Segundo as primeiras informações que obtenho, às quatro da manhã passava um veículo por esse setor e o que me informa o comandante e o soldado que estão lá é que pediram para que o veículo parasse, o carro não parou e os soldados dispararam", assegurou o oficial a rádio Caracol
"Se confundiram e desafortunadamente dispararam", acrescentou, assinalando que não houve "nenhum atentado" e que lamentava o incidente. Ainda que o Exército assegure que dispararam contra o veículo "por engano" por não ter parado, a versão da comunidade indígena é que o ataque foi um atentado contra Quilcue, pois ela costumava dirigir o veículo.
Segundo Ernesto Perafán, advogado do CRIC, se trata de uma represália contra a minga indígena, pois este fato se soma à decisão de ditar ordem de captura contra os coordenadores da guarda.
Perafán assegurou que se a justiça penal militar não dita ordem de captura contra os soldados envolvidos, a guarda indígena vai capturá-los porque o fato aconteceu no território indígena.
"Ele se dirigia de Páez a Popayán para pegar a conselheira. O Exército lhe disparou de vários ângulos. Há tiros dos dois lados do carro. Não o auxiliaram", manifestou Perafán.
A dirigente Quilcue liderou em novembro passado um protesto de milhares de indígenas do departamento de Cauca, que incluiu uma marcha a Bogotá para exigir o cumprimento de acordos sobre entrega de terras e respeito de seus direitos.
(Adital, 16/12/2008)
A notícia é da TeleSur