O Governo Federal precisa se posicionar com urgência sobre a proposta da Argentina para reativar a usina térmica de Uruguaiana. O complexo energético está paralisado desde maio em conseqüência da interrupção do fornecimento de gás por parte dos argentinos. A manifestação foi feita esta tarde (16/12) da tribuna da Assembléia Legislativa pelo deputado Frederico Antunes (PP) que avistou-se na segunda-feira (15/12), em Bueno Aires, com o secretário Nacional de Energia da Argentina, Daniel Cameron. Durante o encontro, Antunes soube que no dia 19 de novembro o governo daquele país encaminhou proposta e aguarda uma resposta do Ministério das Minas e Energia.
Nesta quinta-feira (18/12) o parlamentar manterá audiência com o secretário de Energia do Ministério das Minas e Energia, Josias Matos de Araújo, para tratar do assunto. Antunes espera que finalmente ocorra um desfecho para o problema. "Uruguaiana e a Fronteira Oeste já perderam muito".
Para Frederico Antunes, a importância econômica e social da usina térmica exige um posicionamento firme e urgente. "Não podemos continuar nesta situação indefinida e sem perspectivas. O documento elaborado pelo governo argentino existe e foi encaminhado a Brasília, mas até hoje não houve manifestação do ministério", lamentou o deputado.
Pelo documento, durante o período de verão (de outubro a abril), a Argentina enviaria gás natural para a usina de Uruguaiana que geraria energia elétrica. Neste período, esta geração térmica possibilitaria o estoque de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiro.
No período de inverno (de maio a agosto), o Brasil devolveria à Argentina, através de exportação de energia elétrica gerada pelas usinas hidrelétricas brasileiras neste período, em quantidade equivalente à energia elétrica gerada com o volume de gás natural recebido da Argentina. "É preciso que o Governo Federal tome posição e oficialize uma resposta para que o impasse termine o mais rápido possível e a térmica de Uruguaiana retome o funcionamento, afastando o risco de desativação definitiva", advertiu Frederico Antunes.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 16/12/2008)