Mais de 2 trilhões de toneladas de gelo terrestre da Groenlândia, Alasca e Antártida derreteram-se desde 2003, de acordo com novos dados de satélite da Nasa que mostram os sinais mais recentes do aquecimento global. Cientistas da Nasa pretendem apresentar suas descobertas na quinta-feira, 18, na reunião da União Americana de Geofísica.
O derretimento do gelo sobre o continente, diferentemente do gelo em terras próximas ao litoral, tem pouco efeito sobre o nível dos mares. Na década de 90, a Groenlândia não havia afetado o nível dos mares. Agora, a ilha colabora com meio milímetro ao ano, e entre Groenlândia, Alasca e Antártida o gelo derretido em terra elevou o nível dos mares em meio centímetro desde 2003, diz o cientista Scott Luthcke.
Outras pesquisas apresentadas na reunião indicam mais preocupação com derretimentos provocados pelo aquecimento global. "Não está melhorando. Está mostrando cada vez mais sinais de aquecimento e amplificação", disse outro pesquisador da Nasa, Jay Zwally. "Não há reversão em andamento".
Cientistas que estudam o gelo no mar anunciarão que partes do Ártico, ao norte do Alasca, estão quase 10 graus mais quentes que no outono passado, um forte indicador do que os cientistas chamam de efeito amplificador do Ártico. Isso ocorre quando a região aquece mais depressa do que o previsto, e o aquecimento lá acelera Amis depressa que no restante do mundo.
À medida que o gelo derrete, as águas absorvem mais calor no verão, tendo perdido o poder de refletir luz do gelo branco compacto.
Outro estudo indica que quantias enormes de metano congelado estão presas no leito de lagos e mares da Sibéria, e começam a borbulhar para a superfície, disse Igor Semiletov, da Universidade do Alasca em Fairbanks. O metano da região poderia aumentar dramaticamente o aquecimento global se for liberado. "Isso deveria alarmar as pessoas", declarou.
(France Press, Estadão, 16/12/2008)