Continuar o que está dando certo. Esta é a filosofia de trabalho na área ambiental que a cidade de Extrema, Sul de Minas Gerais, próxima à divisa com São Paulo, vem sedimentando nas últimas cinco administrações municipais. O objetivo: proteger as nascentes, promover o reflorestamento e recuperar os rios e afluentes da região, gerando renda para os produtores rurais.
Para conhecer de perto essa experiência o deputado Paulo Foletto (PSB), que é coordenador da Comissão Interestadual da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe), e o gerente de Recursos Hídricos do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), Fábio Anhert, visitaram, nesta segunda-feira (15), a cidade de Extrema, onde se reuniram com o prefeito Sebastião Antônio Camargo Rossi, o diretor municipal de Meio Ambiente, Paulo Henrique Pereira, técnicos e produtores rurais.
ExtremaA cidade tem 25 mil moradores, sendo 20 mil na área urbana. “É uma cidade limpa, com ruas asfaltadas e um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este ano teve um Orçamento de R$ 50 milhões e, para 2009, será de R$ 65 milhões. Na área rural, o município é formado por pequenas propriedades que possuem em média 20 hectares. Com qualidade de vida e oferta de água, está atraindo empresas de grande porte, como a Bauduco, por exemplo, gerando renda e emprego”, explica o deputado.
No projeto ambiental, as sete bacias hidrográficas do município, que perfazem um total de 24 mil hectares, já foram estudadas e mapeadas. “A cidade tem um estudo georeferenciado, tendo identificado todas as nascentes, que já começaram a ser cercadas”, diz Fábio Anhert.
A primeira das microbacias onde foi implantado o projeto “Produtores de Água” é a de Ribeirão das Posses, que ocupa uma área de 1.200 hectares. “Cem por cento dos produtores dessa região aderiram ao projeto”, comenta Foletto.
PagamentoTodas as nascentes são cercadas e reflorestadas e a prefeitura é responsável pelo plantio das mudas e sua manutenção. Cada produtor rural recebe de acordo com o tamanho de sua propriedade. Todas são medidas e cadastradas. Atualmente, esse valor é de R$ 159 por hectare, por ano.
De acordo com o deputado, o projeto ambiental de Extrema “serve como modelo não apenas para o País. As administrações municipais provaram, ao longo dos anos, a importância de dar continuidade aos projetos positivos, sedimentando os conceitos ambientais e, assim, obtendo o apoio e a participação da comunidade. O custo financeiro não é alto e o resultado, compensador”, avalia o parlamentar.
Foletto foi o autor da indicação da Lei do Fundágua, enviada pelo Governo e aprovada este ano na Assembléia Legislativa. A Lei, regulamentada este mês, prevê, entre outras ações ambientais, pagamentos para os produtores rurais que preservarem as nascentes. Segundo Fábio Anhert, do Iema, o Fundágua começa a ser implantado e o projeto piloto será no distrito de Batatal, em Alfredo Chaves.
Rio DoceDe Extrema, Paulo Foletto, que coordena a Cipe Rio Doce, seguiu para a cidade de Governador Valadares, também em Minas Gerais, onde nesta terça-feira (16/11) participa da Assembléia Geral do Comitê da Bacia do Rio Doce.
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AL-CE, 15/12/2008)