Atividades para conservação da escola mobilizaram alunos em Santa Maria
Sempre na época do aniversário do colégio, comemorado em 10 de novembro, a direção da Escola Estadual Walter Jobim, de Santa Maria, tenta mudar a rotina dos estudantes para fazê-los compreender a importância de conservar o lugar em que estudam. A tarefa tem sido árdua. Volta e meia, o vandalismo deixa marcas. Mas professores e bons alunos não desistem.
Na sexta-feira, um mutirão tomou conta das salas de aula e dos corredores da instituição, no bairro Itararé. Com panos, vassouras e sabão, uma turma se encarregava de limpar o chão, as mesas e as cadeiras. Com rolo e tinta, outro grupo tratava de pintar as paredes. Guilherme de Bastos, 13 anos, estava nessa frente de trabalho. O aluno da 6ª série, que tem um tio pintor, mostrou habilidade com as tintas. Enquanto isso, do lado de fora, Claiton da Silva Vieira, 13 anos, retirava a sujeira dos vidros. E assim a faxina foi tarde adentro, inclusive com a ajuda de mães de alunos.
– Tenho orgulho dessa escola – dizia Michele Rodrigues Porto, mãe de três estudantes.
A iniciativa da limpeza partiu da direção, que procura conscientizar os estudantes sobre o ambiente.
– O mutirão é uma forma de ensinar os alunos a valorizar a escola. E isso tem melhorado as coisas. A cada ano, gastamos menos para arrumar o prédio – diz a diretora Helen Cabral.
O mutirão na Walter Jobim ainda recebeu uma ajuda para deixar a escola mais bonita. O paisagista Luiz Peransoni doou 150 mudas de flores e 10 de árvores. O risco de ver tudo o que será plantado depredado não assusta Peransoni.
Mas já há frutos a colher na Escola Walter Jobim. O aluno da 6ª série João Felício, 15 anos, adora o trabalho com jardinagem e lamenta que alguns colegas não cuidem dos canteiros da escola. Ele foi um dos primeiros a começar o plantio das mudas. O garoto conta que já viu arrancarem flores plantadas no colégio.
– Mas não arrancam tudo. Alguma coisa sempre fica.
(Por Bruna Porciuncula, ZH, 16/12/2008)