A sessão sobre “O papel da conservação em terras privadas” que aconteceu durante o 8º Congresso Interamericano de Conservação em Terras Privadas mostrou os esforços de conservação em diferentes regiões para se cumprir as metas da Convenção da Diversidade Biológica – 10% de conservação em todos os habitats até 2015. Para atingir as metas, a The Nature Conservancy (TNC), representada por Anita Diederichsen, desenvolveu uma metodologia para mensurar os esforços de conservação dos biomas, que leva em consideração fatores como a viabilidade da conservação, o potencial de manejo e as ameaças. “É de extrema importância saber onde estão as Unidades de Conservação, tanto públicas e privadas, e saber como elas estão no que se refere a viabilidade, manejo e ameaças, para que possamos fortalecer o nosso argumento de como as terras privadas estão contribuindo para as metas internacionais de conservação da biodiversidade.
Pia Escobar, da Fundação Natura, na Colômbia, discursou sobre o desafio das mudanças climáticas para a conservação voluntária, apontando as ferramentas para o combate às mudanças climáticas como redução de emissões, mitigação, pesquisa e conscientização pública, mas principalmente a vulnerabilidade dos ecossistemas e os mecanismos de adaptação das comunidades frente às mudanças climáticas visando a conservação da biodiversidade. Pia salienta a necessidade de se conhecer os riscos e as ameaças do aquecimento global em nível regional para descobrir as oportunidades que surgem, citando práticas simples como estufas de lenhas em casas em áreas agrícolas que chegam a reduzir as emissões de carbono em até 25%, ou ainda mecanismos mais sofisticados como a Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação (REDD) que podem gerar renda para investimentos na conservação.
Exemplificando as ações positivas para mensuração e oportunidades, Karina Pinasco, da organização Amazônicos pela Amazônia (AMPA), no Peru, contou que a organização vem trabalhando desde 2003 em concessões florestais para otimizar a conservação da região de San Martin, que sofre desmatamento, migração desordenada e fortes pressões econômicas, por meio do Zoneamento Econômico e Ordenamento Territorial. Ela enfatiza a importância da criação de redes de conservação em terras privadas para o seu fortalecimento. No Peru, a Rede de Conservação Privada e Comunal foi criada em 2005.
Sobre o Congresso
Considerado o maior evento do gênero nas Américas, o 8º Congresso Interamericano de Conservação em Terras Privadas acontece pela primeira vez no Brasil, de 10 a 12 dezembro, no Othon Palace, Rio de Janeiro, e reúne cerca de 250 empreendedores e ambientalistas de todo o continente. O evento, uma promoção da Aliança de Redes Latino-Americanas de Conservação Privada, é organizado pela Associação Patrimônio Natural do Rio de Janeiro (APN), pela Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (CNRPPN), pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ), pelo Instituto BioAtlântica (IBio) e pela The Nature Conservancy (TNC).
O 8º Congresso Interamericano de Conservação em Terras Privadas tem o patrocínio da Aracruz, Fundación Biodiversidad, Gordon and Betty Moore Foundation, Programa de Proteção à Mata Atlântica do Rio de Janeiro (PPMA-RJ), The Nature Conservancy, Vale e Ministério do Meio Ambiente.
Para mais informações sobre o Congresso, acesse o sitewww.congressoconservacaoprivada.org
(Lead Comunicação, 13/12/2008)