Idec pesquisou alimentos com soja de 28 indústrias que atuam no Brasil Pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) com 28 indústrias nacionais e multinacionais produtoras de alimentos que contêm soja mostra que a lei de rotulagem de transgênicos garantiu ganhos ao consumidor desde a sua criação, em 2003. Mas ainda é preciso avançar.
O estudo, feito entre julho e novembro para identificar a presença de soja transgênica e a adequação à rotulagem, apontou que a maioria dos 51 produtos estava livre de organismos geneticamente modificados em sua composição. Quando foi detectada transgenia, o percentual era inferior ao 1% que determina a obrigatoriedade do uso do 'T', o símbolo de alerta no rótulo. Os testes laboratoriais foram feitos na Suíça com amostras coletadas no comércio da cidade de São Paulo.
Segundo o assessor técnico do Idec, Marcos Pó, a ausência de OGMs pode ser explicada, em parte, pela restrição do uso da matéria-prima transgênica no óleo de soja, primeiro grupo de produto rotulado no país após imposição judicial. Pó especula que a estratégia diminuiria possíveis impactos negativos sobre o consumo de maior valor agregado.
A pesquisa também buscava verificar a eficácia de controles de rastreamento e segregação de matéria-prima na cadeia produtiva. Para isso, foram enviados questionários e solicitados laudos a fabricantes. Conforme Pó, 29% nem sequer responderam e apenas 7% apresentaram procedimentos considerados bons. 'Essas empresas não foram capazes de comprovar que suas práticas atestam segurança sobre o uso de transgênico.'
Para a presidente da Associação Nacional de Biotecnologia, Leila Oda, é um equívoco acreditar que a rotulagem garanta segurança alimentar. Para a cientista, a segurança desses produtos vem sendo atestada pela CTNBio, responsável pela liberação comercial do plantio de variedades transgênicas no país.
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Correio do Povo, 14/12/2008)