Dois projetos tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado para mudar a lei de rotulagem de transgênicos. O da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) propõe acabar com o símbolo 'T' e abolir a exigência de rótulo de alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais nutridos com ração. A proposta do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) mantém o limite de 1%, mas baseado na detecção e não na rastreabilidade.
Representantes da cadeia produtiva argumentam que a segregação da matéria-prima encarece a produção brasileira, afetando sua competitividade. A Cotrimaio, por exemplo, trabalha principalmente com soja transgênica, mas também recebe produto convencional e orgânico. Por isso, foi criado sistema de certificação de origem, o que resulta em mais despesas com limpeza, transporte e armazenagem diferenciadas, enumera o vice-presidente da cooperativa, Antônio Wünsch.
O coordenador da Campanha Nacional contra Transgênicos do Greenpeace, Rafael Cruz, critica a intenção de extinguir a obrigatoriedade do rótulo em alimentos com mais de 1% de transgênico em sua composição. Para o ambientalista, o aval da CTNBio não é garantia de segurança para o consumo. Já a cientista Leila Oda acredita que, com a produção mundial baseada na biotecnologia, no futuro a rotulagem deve mudar no Brasil. 'A tendência mundial é seguir a rotulagem chamada negativa, com informação de que o produto não contém transgênico, o que resguardaria igualmente o direito do consumidor.'
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Correio do Povo, 14/12/2008)