Em média, só 18 das 80 disponíveis são retiradas a cada dia útil; aos domingos, são 56A partir de segunda, será possível alugar bicicletas sem cartão de crédito; bicicletários passarão de 8 para 22 no total até janeiro
Em pouco mais de dois meses, o serviço de aluguel de bicicletas do Metrô de São Paulo fez, em média, apenas 18 aluguéis por dia da semana. Aos sábados e domingos, a média sobe, respectivamente, para 21 e 56. Ao todo são 80 bicicletas, disponíveis em oito estações.
Responsável pelo Metrociclista, como foi batizado o serviço, o Instituto Parada Vital, parceiro do Metrô, reconhece a baixa procura e promete mudanças já a partir de segunda-feira, quando irá estender o aluguel para usuários que não possuem cartão de crédito.
Atualmente, é necessário apresentar o cartão para retirar as bicicletas, mesmo que a utilização seja por apenas uma hora, período em que o uso da bicicleta é gratuito. Por hora subseqüente, o aluguel custa R$ 2.
Para alugar bicicletas sem precisar apresentar cartão de crédito, o usuário terá que se cadastrar, a partir de segunda-feira, na sede do Parada Vital (rua Barra Funda, 827, sala 1).
Embora o objetivo da medida seja "democratizar o acesso", segundo o diretor do instituto, Ismael Caetano, o cadastro irá custar R$ 50 ao usuário, que receberá de volta metade do valor em créditos de aluguel válidos por um ano. A aprovação será sujeita a consulta a sistemas de proteção ao crédito.
O instituto diz ainda que o número de bicicletários irá praticamente triplicar até janeiro -serão 22-, e que a publicidade do serviço será incrementada em trens e estações. "Os primeiros meses servem para conhecer o sistema e fazer esses ajustes", afirma Caetano.
Ao todo, nos primeiros 69 dias, foram 2.032 empréstimos -média de 29 por dia. Na média geral, 83% dos aluguéis não superaram duas horas de uso.
Por hora, nessas oito estações, o metrô recebe até 300 mil usuários, em horários de pico. Todos os dias, cerca de 3,3 milhões de pessoas, em média, andam de metrô na capital.
A concentração da procura no fim de semana mostra que o Metrociclista, criado no final de setembro para "proporcionar uma nova alternativa para os deslocamentos urbanos voltados ao trabalho, ao lazer e ao esporte", segundo o secretário José Luiz Portella (Transportes Metropolitanos), não atingiu em cheio o quesito "trabalho", pelo menos nesse início.
Dados do Datafolha mostram por exemplo que, na Sé, o uso da bicicleta para trabalhar restringe-se a 2% dos moradores, todos homens entre 25 a 34 anos. As estações que tiveram maior procura foram Itaquera (373 empréstimos) e Guilhermina (356) -ambas na periferia da zona leste, onde a preferência pela bicicleta é maior.
Além delas, há bicicletários nas estações Carrão, Anhangabaú, Marechal Deodoro, Sé, Paraíso e Vila Mariana. Outras sete começarão a funcionar até meados de janeiro: Brás, Barra Funda, Santa Cecília, Armênia, Santana, Liberdade e Vila Madalena. Outros sete pontos de aluguel, em estacionamentos da rede Estapar, também estão planejados para janeiro.
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Folha de São Paulo, 13/12/2008)