Desastres naturais como inundações, ciclones e secas atingiram 18 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe desde o começo deste ano, informou a ONU (Organização das Nações Unidas) em Genebra, nesta quinta-feira (11). Dos atingidos, mil morreram, sendo 60% a 70% em decorrência de deslizamentos de terra.
Conforme o relatório, os desastres causaram, ao todo, prejuízo de US$ 7 bilhões. Cerca de 80% do valor é correspondente a danos causados por inundações.
"Não posso dizer se é por causa da mudança climática ou de outras razões, o que podemos afirmar é que a tendência está clara: cada vez mais fenômenos meteorológicos inesperados ocorrem e causam danos extraordinários na região", diz Gérard Gómez, chefe do escritório regional do Ocha (Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária) na região.
Conforme o Ocha, as primeiras vítimas são sempre os mais pobres e os mais vulneráveis. "Esta é a região do mundo com maiores desigualdades. No total, 75% da população estão concentrados nas cidades, onde os pobres são totalmente invisíveis", afirmou Gómez, que pediu aos governos que aumentem suas contribuições em ajudas humanitárias e que dêem mais informações à população sobre prevenção.
"É preciso repetir, para cada US$ 1 investido em prevenção, economizamos US$ 7 em atuações de emergência", disse Gómez.
Neste ano ocorreram inundações no Equador e Bolívia e, depois, no Suriname. Houve, então, seca no Paraguai; furacões no Haiti, República Dominicana e Cuba; tempestades tropicais no México e em El Salvador; e enchentes no Brasil, na América Central e, por fim, no Panamá.
(Folha Online, AmbienteBrasil, 12/12/2008)