O primeiro-ministro de Tuvalu, Apisai Ielemia, fez um apelo nesta quinta-feira (11) aos delegados de mais de 190 países reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática para que ajudem o povo da ilha, que ameaça afundar sob as águas se o aquecimento global não for detido.
"Somos uma nação orgulhosa com uma cultura única que não deseja ser alocada em qualquer outro lugar", disse o chefe de Governo tuvaluano em referência aos planos feitos para que os cerca de dez mil habitantes do país se transfiram a arquipélagos próximos quando os efeitos da mudança climática se tornarem insuportáveis.
"Não podemos afundar enquanto outros subsistem, não devemos afundar por culpa dos problemas causados pelos países grandes e industrializados", acrescentou Ielemia, representante de um dos países do mundo que mais enfrentam os efeitos devastadores do aquecimento global e o aumento do nível do mar.
O certo é que Tuvalu corre risco de desaparecer, o que faz com que hoje lidere o grupo de Estados mais atuantes na luta contra a mudança climática, os pequenos países ilhéus da Oceania, que literalmente sumirão se não diminuírem as emissões de CO2.
Tuvalu tomou a liderança e deu voz a vários povos presentes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática realiza em Poznan, oeste da Polônia, porém seus apelos não conseguem sensibilizar os países desenvolvidos e responsáveis pela destruição do meio ambiente.
"O Protocolo de Kyoto deve ser fortalecido, e isto é algo que só os países industrializados podem fazer através de uma profunda redução de suas emissões", afirmou Ielemia, que pediu mais recursos e mais apoio à sua causa.
O líder de Tuvalu lamentou, no entanto, que as negociações que ocorrem na reunião de Poznan não cumpram suas expectativas, que passam por destinar mais recursos econômicos a esta batalha climática.
(Estadão Online, AmbienteBrasil, 12/12/2008)