O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) criticou nesta quinta-feira (11/12) a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de oferecer, em seus últimos leilões, a chamada energia suja - com destaque para a que emite gás carbônico -, em detrimento de outras fontes energéticas não-poluentes. Segundo lembrou, 70% do que foi licitado para as termoelétricas espalhadas pelo país não têm origem em matriz de energia considerada limpa, "o que contribuirá em muito para piorar a sustentabilidade ambiental brasileira".
A crítica de Marconi Perillo foi feita durante o 9º Seminário Nacional de Petróleo e Gás Natural no Brasil - Desafios e Oportunidades, que reuniu especialistas do setor no auditório da sede do Programa Interlegis, órgão do Senado. O senador defendeu, durante os debates, a diversificação da matriz energética brasileira, desde que esse procedimento dê ênfase ao biocombustível, ao etanol, e ao gás natural, cuja demanda, observou, vem crescendo ano a ano. Ele também sugeriu que a importação de gás liquefeito seja feita por navios, até que sejam regularizados os problemas de fornecimento do gás boliviano.
Em entrevista a Agência Senado, Marconi Perillo, que preside a Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), defendeu a auto-suficiência do gás, a exemplo do que foi feito com o petróleo. Mas para isso, observou, serão necessários investimentos vultosos na exploração de gás e na expansão da rede de distribuição, através da construção de novos gasodutos, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
Com relação ao empréstimo de R$ 2 bilhões feito pela Caixa Econômica Federal à Petrobras, Marconi Perillo disse que considera a operação preocupante, porque coloca em cheque a gestão da maior empresa brasileira.
- O fato de a Petrobras ter se socorrido a um banco oficial para manter o seu fluxo de caixa equilibrado desperta, no mínimo, curiosidade e preocupação - concluiu Marconi Perillo, ao defender completa apuração dos fatos.
O seminário foi transmitido por videoconferência para todas as assembléias legislativas. As principais questões debatidas e as sugestões apresentadas serão compiladas em um documento que será encaminhado à Presidência da República, à Casa Civil, às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, bem como às lideranças partidárias. A idéia visa permitir que o material sirva de subsídio para a formulação de diretrizes de política pública ao setor.
(Por Cláudio Bernardo,
Agência Senado, 11/12/2008)