O uso do petróleo para diversas finalidades é um dos vilões do aquecimento global. Por isso, alguns estudos apontam que uma fonte de energia, que já estava praticamente descartada, pode ser uma das soluções para o futuro do planeta.
Enquanto o homem não muda o combustível que move o planeta, o que fazer com as fontes de energia que tanto poluem, mas ainda tão necessárias? "O petróleo, por mais algum tempo, será necessário desde que a sociedade olhando para 2030, 2050, mais tardar 2070 veja essa sociedade livre completamente de emissões”, explica Jacques Marcovith, professor da USP.
Em tempos de descobertas de novos campos de petróleo em solo brasileiro, a Petrobras promete usar uma tecnologia para diminuir as emissões. O seqüestro de carbono pode reduzir de 20 a 40% a quantidade de gases do efeito estufa gerados em indústrias, refinarias e termelétricas.
O gás é separado e depois de comprimido é transportado em "carbodutos" e injetado no subsolo da Terra. Uma das críticas ao soterramento de carbono é o risco de um vazamento em tragédias naturais, como terremotos.
“A análise de risco faz parte das considerações de base desde o início de um projeto de seqüestro de carbono. Você escolhe um reservatório que tem as melhores condições pra poder sobreviver com aqueles mil anos de atividade do CO2 armazenado”, disse Paulo Cunha, pesquisador da Petrobrás.
Entre as fontes de energia que podem ser alternativas para substituir os combustíveis fósseis há uma antiga inimiga dos ambientalistas, mas que ultimamente voltou a ser defendida por alguns cientistas como uma das soluções em tempos de aquecimento global: a energia nuclear.
Para o climatologista norte-americano Stifen Chinaider, esse tipo de energia é relativamente limpa. "Ela pode ser adotada como parte da solução”, diz o cientista, “mas é preciso que saibam lidar com o problema do lixo nuclear".
Por isso, é preciso vigilância 24 horas. Os funcionários de Angra 1 e Angra 2 monitoram a produção de energia elétrica pela fissão nuclear. Os resíduos radioativos ficam armazenados. E o plano brasileiro incluiu a construção de outras usinas.
“O desenvolvimento do Brasil hoje exige que os técnicos corram atrás de dar sustentabilidade energética ao nosso país. Por isso, no nosso planejamento energético hoje nós temos as nucleares colocadas. Então é Angra 3 agora, 2 no nordeste, mais 2 no sudeste depois e é o que o Brasil espera da gente”, explica Paulo Gonçalves, engenheiro da Eletronuclear.
A segunda parte do especial Terra, Vida ou Morte será exibida no próximo domingo, depois de Faça a Sua História.
(Vnews, 12/12/2008)