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pau-brasil
2008-12-12
O pau-brasil (Caesalpinia echinata), árvore símbolo do país com suas flores amarelas e sua madeira avermelhada, ganhou uma publicação especial com resultados de dezenas de estudos sobre a espécie realizados nas últimas décadas, com destaque para os trabalhos científicos desenvolvidos no âmbito de um projeto temático apoiado pela Fapesp.

Pau-brasil, da semente à madeira: conhecer para conservar, organizado por pesquisadores do Instituto de Botânica, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, e publicado pela Imprensa Oficial do Estado, traz informações sobre a espécie descobertas por especialistas em botânica, produção de sementes e mudas, desenvolvimento e reprodução vegetal e anatomia da madeira, além de refletir sobre os costumes brasileiros relacionados à árvore.

“O livro aborda desde os aspectos da biologia floral da planta até a utilização de sua madeira, com um enfoque especial na preservação da espécie, que está desaparecendo por falta de conhecimento", disse uma das organizadoras da obra, Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro, pesquisadora da Seção de Fisiologia e Bioquímica de Plantas do Instituto de Botânica, à Agência Fapesp.

“Ele contém os resultados das pesquisas do projeto da Fapesp, que apoiou doutorados, mestrados e estudos de iniciação científica, além de questões que não foram abordadas diretamente pelo temático, mas que são importantes do ponto de vista histórico e de utilização da madeira”, explica a também coordenadora do projeto Caesalpinia echinata (pau-brasil): da semente à madeira, um modelo para estudos de plantas arbóreas tropicais brasileiras, concluído em 2005 com apoio da fundação.

A obra também disponibiliza, em parte de suas 184 páginas, conhecimento a ser aplicado para a conservação efetiva da espécie que deu nome ao país. Seu conteúdo, que é dividido em quatro partes, explica a pesquisadora, foi organizado em linguagem didática e conta com ilustrações técnico-científicas visando à divulgação dos estudos para um público diversificado, entre os quais professores e alunos tanto do ensino básico como universitário.

A primeira parte aborda os aspectos históricos da exploração da madeira do pau-brasil, desde o início da colonização do Brasil. A segunda traz dados sobre a biologia da espécie, da formação da semente ao crescimento da planta e, a terceira, apresenta suas características ecológicas e a possibilidade de sua implementação e manejo em bosques e áreas urbanizadas.

“A quarta parte do livro demonstra as propriedades da madeira e dados sobre seu uso atual na confecção de arcos de violino, sugerindo espécies alternativas para a fabricação desses instrumentos musicais. Os estudos, que foram realizados em conjunto com arqueteiros, profissionais que constroem arcos para instrumentos de corda, apontam as melhores madeiras, das mais diversas procedências, que podem substituir o pau-brasil para essa finalidade”, explica Rita de Cássia.

Alta resistência

Uma das teses de doutorado que deu origem à obra, desenvolvida no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), analisou as características mecânicas do pau-brasil. A autora do trabalho, Claudia Alves da Silva, analisou a composição da parede celular da madeira com o objetivo de verificar sua resistência a organismos xilófagos como cupins e fungos.

As características do cerne do pau-brasil (a parte do tronco em que está o corante vermelho conhecido como brasileína) foram comparadas com outras madeiras, entre as quais o eucalipto (Eucalyptus grandis), pinus (Pinus elliotti) e angico-preto (Anadenathera macrocarpa).

Ao colocar corpos-de-prova da madeira em contato com culturas de fungos e com cupins, a pesquisadora verificou que o pau-brasil se comportou de maneira semelhante ao angico-preto, considerada de altíssima resistência e tradicionalmente utilizada na confecção de dormentes de trens.

As amostras foram pesadas e o desgaste na madeira mensurado. Enquanto 85,2% dos cupins que foram colocados em contato com a madeira do pau-brasil morreram, o índice de mortalidade dos insetos no angico-preto foi de 86,3%. Em pinus esse índice foi de 55,4%, e no eucalipto, de 32,5%.

“Uma das principais importâncias desse livro é que ele traz ao conhecimento popular os principais avanços científicos sobre a espécie símbolo do país”, afirma Rita de Cássia. “Os capítulos sobre a exploração histórica da espécie, por exemplo, contribuem muito para as futuras atividades de preservação do pau-brasil, que hoje está na lista de espécies ameaçadas de extinção”, alerta.

A lista é produzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A ocorrência natural do pau-brasil se restringe atualmente a poucas áreas remanescentes da Mata Atlântica localizadas entre os Estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Mais informações: Instituto de Botânica.

(Por Thiago Romero, Agência Fapesp, 12/12/2008)

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