A Braskem, controladora da central do pólo petroquímico de Triunfo – a ex-Copesul – anunciou uma redução de 45% na produção de eteno, a matéria prima básica de toda a cadeia do plástico.
A capacidade de produção da unidade é de 2,5 milhões de toneladas/ano. O corte é quase pela metade.
Desde que começou a operar, há 25 anos, só nos primeiros anos de funcionamento, quando o pólo tinha apenas quatro unidades de segunda geração, a central de Triunfo operou a níveis tão baixos.
Na nota que emitiu para a imprensa às 19 horas desta quarta-feira, a empresa diz que a paralisação é temporária e que implica na desativação de uma das duas plantas de produção de eteno.
A redução, segundo a nota, “visa normalizar os níveis de estoques elevados em razão da diminuição pontual da demanda internacional e do movimento de desestocagem da cadeia produtiva petroquímica e dos plásticos no país.
Braço petroquímico do grupo Odebrecht, a Braskem assumiu o controle da Copesul e de quase todas as plantas de segunda geração em Triunfo em março de 2007, quando formou um consórcio com a Petrobras e o grupo Ultra, para comprar o grupo Ipiranga, num negócio de 4 bilhões de dólares.
Num primeiro momento assumiu todas as unidades de Ipiranga Petroquímica e depois, numa “troca de ativos”, absorveu as participações da Petrobras.
Íntegra da nota
Braskem reduz taxas de utilização de capacidade
A Braskem comunica que as taxas de utilização de capacidade das suas plantas da Unidade de Petroquímicos Básicos foram temporariamente reduzidas, visando normalizar níveis de estoques mais elevados em razão da diminuição pontual da demanda internacional e do movimento de desestocagem da cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos no país. Com essa decisão, a Braskem confirma o compromisso com sua disciplina financeira e com a competitividade do setor.
Desde o início desta semana, apenas uma das duas linhas de produção de Camaçari – BA e uma das duas linhas de produção Triunfo – RS encontram-se em atividade. Dessa forma, a produção de eteno, matéria-prima de produtos como polietileno e PVC, foi reduzida para 55% da capacidade – que é de 2,5 milhões de toneladas/ano.
O ajuste deve perdurar até o final de dezembro, quando a situação da demanda e dos estoques será reavaliada. A redução de atividade na Unidade de Petroquímicos Básicos impacta na mesma proporção a utilização de capacidades na Unidade de Poliolefinas, responsável pelos negócios de polietileno e polipropileno. Na Unidade de Vinílicos, a produção de PVC se mantém em ritmo normal.
A Braskem acredita que essa situação é transitória e espera poder retomar o mais breve possível o patamar usual de operação de suas unidades produtivas, sempre alinhada ao compromisso de servir seus Clientes.
(Por Elmar Bones, JornalJÁ, 10/12/08)