Além de um número maior de acidentes, a maior circulação de veículos nas estradas do litoral durante a temporada de verão traz um perigo a mais também para os animais. Nesta semana a reportagem da Gazeta do Povo encontrou um tamanduá morto no acostamento da rodovia PR 412, que se torna SC-415 a caminho da cidade de Itapoá.
Para que os veranistas evitem este tipo de acidente quando saírem de férias, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) recomenda o máximo de atenção nas estradas. “O motorista sempre deve estar atento ao tipo de vegetação que está à margem da rodovia. Se for plantações, você encontrará mais aves. Já se for mata fechada, tem que tomar cuidado, pois pode sair um veado, um lobo ou até mesmo um tamanduá dessa área, dependendo da fauna regional”, explica o tenente Sheldon Vortolin, chefe de Operações Especiais da PRE .
O motorista deve estar atento também na tentativa de desviar de animais na condução. O risco de se envolver em um acidente nesse caso é grande. “Existem situações em que isto ocorre, como quando não há acostamento e um animal aparece”, ilustra Vortolin.
O técnico do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Sebastião Carvalho considera o calor um dos motivos que levam os animais para as pistas. "O calor motiva eles a irem para o outro lado. Portanto, onde não há um túnel por baixo da estrada, eles atravessam e acabam atropelados”.
Quanto a animais que fogem de propriedades privadas e causam acidentes, o tenente Vortolin lembrou que a responsabilidade é do proprietário do animal e que isto ocorre mais com rebanhos bovinos no noroeste do Paraná. Já no litoral, resta ao motorista também prestar atenção na sinalização, que normalmente aponta onde há animais silvestres. “Dependendo do tipo e do tamanho do animal, além de estragar o carro, o motorista e os passageiros podem se machucar”, alerta.
Santa Catarina
Segundo o sargento Atamir Antunes, da Polícia Rodoviária Estadual de Santa Catarina, o animal encontrado pela reportagem da Gazeta do Povo é um fato raro. “Patrulhamos a estrada diariamente no verão e dificilmente são encontrados animais mortos nessa região”, afirma.
Para que o motorista possa evitar este tipo de acidente, o sargento dá a dica: seguir a sinalização. “Se o motorista tiver na velocidade de acordo com a via, vai dar tempo de frear. O problema é que é comum o pessoal passar do limite neste trecho”, afirma Antunes.
A alta velocidade, que causa acidentes e morte de animais, ocorre muitas vezes também pela falta de informações dos motoristas. “Eles vêm da BR-376, onde o limite é 110 quilômetros por hora e não percebem que com a mudança para a rodovia estadual o limite passa a 80”, explica Antunes, fazendo questão de lembrar que o perímetro urbano de Garuva é 40 quilômetros por hora e que quem vem da rodovia federal não se dá conta disso.
Quanto a animais que acabam ficando soltos pelos seus donos e invadem a pista, o sargento conta que em Santa Catarina isto é mais comum na região de São Francisco do Sul, com as criações de búfalos, vacas e cavalos. “Não é qualquer cerca que segura um búfalo. Por isto é necessário que o motorista preste atenção.”
(Gazeta do Povo, 11/12/2008)