O vereador Beto Moesch (PP) ressaltou que sempre defendeu a necessidade de um plebiscito sobre o Pontal do Estaleiro. 'O veto é fruto da vitória da cidadania', frisou. Para ele, a decisão de Fogaça é um sinal de que não mais serão aceitas votações de projetos sem discussão prévia com a sociedade, com critérios ambientais, culturais e históricos. 'Os empreendimentos precisam respeitar o meio ambiente, a cultura e a história de Porto Alegre', observou. Moesch destacou que adotará a mesma postura na apreciação dos projetos do Complexo Beira-Rio, do Internacional, e da Arena, do Grêmio, em tramitação na Câmara.
Os presidentes do Grêmio, Paulo Odone, e do Inter, Vitório Piffero, pediram aos vereadores urgência para a apreciação e votação das propostas. Piffero justificou que os prazos para concretização das obras são exíguos. 'Não podemos perder a chance de sediar a Copa', afirmou. 'Pedimos ao vereadores que votem a matéria ainda em dezembro, para viabilizar o projeto', disse Odone.
Na condição de representante da Associação de Moradores do Centro de Porto Alegre, a artista plástica Zorávia Bettiol argumentou que o Pontal do Estaleiro, se concretizado, 'será um desastre para Porto Alegre'. No seu entendimento, o Pontal do Estaleiro abrirá precedentes para a instalação de outros empreendimentos dessa envergadura. 'A orla do Guaíba tem de ser preservada e seu uso deve ser acessível à população', ponderou. O projeto incluirá restaurantes, bares, espaços de entretenimento, píer para atracação de embarcações turísticas, lojas de conveniência e os museus do Estaleiro e da Água. Haverá espaço para contemplar o pôr-do-sol.
(CP, 11/12/2008)