A conferência sobre clima da ONU, que acontece em Poznan (Polônia), foi destravada ontem (10/12) por um acordo, que, pela primeira vez, vincula os países em desenvolvimento às metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, antecipou hoje a delegação espanhola.
O compromisso, que será ratificado ainda nesta quarta-feira, servirá de base para as negociações que acontecerão ano que vem na cúpula de Copenhague, na qual deverá ser aprovado um acordo internacional a vigorar a partir de 2012, quando expira o Protocolo de Kioto.
A extensão do pacto para a redução das emissões aos países mais pobres fez com que nações como Japão, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que ontem colocaram a cúpula em risco, aderissem ao compromisso.
Na terça, esses quatro Estados se opuseram à inclusão na declaração final do encontro de qualquer referência a um compromisso que obrigasse os países industrializados a, até 2020, reduzir suas emissões em até 40%, caso os países mais pobres não se unissem ao esforço.
A secretária de Estado para a Mudança Climática da Espanha, Teresa Ribera, disse em entrevista coletiva que o acordo leva em conta as considerações do Grupo Intergovernamental de Mudança Climática da ONU (IPCC) para que a temperatura do planeta não suba mais de 2° C ao ano.
De acordo com o compromisso alcançado hoje, até 2020, os países em desenvolvimento terão que reduzir entre 15% e 30% suas emissões. Os números para as nações industrializadas foram mantidas.
(Efe, Yahoo, 10/12/2008)