A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julga hoje (10), em Rio Branco, o processo de anistia do líder seringueiro Chico Mendes. O pedido foi protocolado em 2005 pela viúva de Chico, Ilzamar Mendes e a comissão de anistia deve aprovar a condição de anistiado político post-mortem do líder seringueiro.
A família de Chico Mendes terá direito a receber indenização pelo fato de ele ter sido perseguido pela ditadura. Em 1980, fazendeiros contrários à mobilização sindical o acusaram de envolvimento no assassinato de um capataz. Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, Chico Mendes também foi preso e torturado, mas depois absolvido pelo Tribunal Militar de Manaus.
A anistia será concedida a pouco mais de uma semana do dia 22, quando a morte do líder seringueiro completará 20 anos. Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa, em Xapuri (AC). Os responsáveis pela morte do seringueiro, os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão.
"A anistia a Chico Mendes, perseguido na ditadura e na democracia, recompõe a imagem do Brasil perante os olhos do mundo ao conceder, mesmo que 20 anos depois, esta justa indenização", disse o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
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Amazonia.org.br,09/12/2008)