O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, disse na terça-feira que atacar a mudança climática global é uma "questão de urgência", e que isso irá gerar empregos. Obama e seu vice, Joe Biden, se reuniram durante duas horas em Chicago com o ex-vice-presidente Al Gore, que recebeu o Nobel da Paz por sua atuação nesse tema.
Falando a jornalistas, ele deixou claro que seu governo, a partir de 20 de janeiro, adotará uma postura agressiva contra o aquecimento global. "Nós três (Obama, Biden e Gore) estamos de acordo que é hora de acabar com essa demora, hora de acabar com essa negação."
O futuro presidente espera que os empregos gerados no combate à mudança climática ajudem os EUA a superar a atual recessão. Ele começou a apresentar planos para um enorme programa de recuperação voltado para estimular a economia e criar cerca de 2,5 milhões de postos de trabalho.
Obama disse que trabalhará com partidos, empresas, consumidores e outros interessados na busca por um consenso em torno de uma abordagem incisiva contra o problema. "Trata-se de uma questão de urgência e de segurança nacional, e tem de ser tratado de forma séria. É isso que eu pretendo que meu governo faça."
Durante a reunião, não se falou em nenhum cargo para Gore no futuro governo, já que ele próprio declinou da possibilidade de assumir uma secretária ou o novo cargo de "czar" climático.
Dois dias depois da vitória de Obama na eleição de 4 de novembro, a Aliança para a Proteção Climática, de Gore, lançou uma campanha publicitária pedindo investimentos imediatos em eficiência energética, energias renováveis, como a eólica e a solar, e a criação de uma rede elétrica nacional unificada.
Gore e seu grupo têm posições semelhantes às de outras ONGs ambientais dos EUA, que acreditam que o governo Obama, ao contrário da administração de George W. Bush, terá uma chance de conter o aquecimento global.
(Por Steve Holland, Reuters, G1, 09/12/2008)
(Reportagem adicional de Deborah Charles)