A empresa finlandesa de celulose Botnia assegurou nesta terça-feira que a unidade que mantém na cidade uruguaia de Fray Bentos, pivô de um conflito diplomático com a Argentina, manterá o ritmo normal de suas atividades, a despeito da crise financeira internacional.
O presidente da Botnia, Ikka Hämälä, afirmou que o investimento no Uruguai é seguro e estável. Segundo ele, a central de Fray Bentos não terá problemas porque é rentável e tem condições de enfrentar a queda no preço da celulose. Nos últimos meses, os preços da celulose no mercado internacional despencaram 40% devido à redução na demanda causada pela crise financeira internacional.
O executivo participa no Uruguai da Conferência de Trabalhadores de Papel e Celulose, que ocorre até amanhã no balneário de Piriápolis, situado a 100 quilômetros da capital Montevidéu. Hämälä informou ainda que a Botnia paralisou a central de Kaskinen, na Finlândia, que produz 450 mil toneladas anuais de celulose devido à crise e a escassez de matéria-prima.
A central da Botnia em Fray Bentos opera desde novembro de 2007 e é a causa do conflito diplomático entre os governos do Uruguai e da Argentina, divergência que já foi levada ao Tribunal Internacional de Haia, que deve dar um veredicto no início de 2010.
Ambientalistas argentinos afirmam que a indústria polui o Rio Uruguai e há cerca de três anos bloqueiam pontes que unem os dois países como forma de protesto contra sua instalação. A Botnia produz no Uruguai entre 2800 e 3000 toneladas diárias de pasta de celulose e já fabricou mais de 900 mil toneladas do produto. Foram exportados 11 navios da pasta para a Ásia e 24 para a Europa.
(ANSA, 09/12/2008)