O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu adotar medidas "drásticas e ousadas" contra a mudança climática, assim que chegar à Casa Branca, em 20 de janeiro.
Obama e o vice-presidente eleito, Joe Biden, se reuniram hoje em Chicago - onde o futuro líder prepara-se para assumir o poder - com o ex-vice-presidente e prêmio Nobel da Paz Al Gore, para discutir como estimular a economia através da implementação de políticas ambientais e energéticas.
Em breves declarações à imprensa após a reunião, Obama afirmou que o objetivo do encontro foi "escutar e aprender" com Gore e o trabalho desenvolvido em favor do meio ambiente.
Em uma aparente crítica à Administração do presidente George W. Bush, que questionou a existência da mudança climática ou que fosse causada pelas atividades humanas, o futuro chefe da Casa Branca disse que "acabou o momento dos atrasos" e "de negar" o que é evidente.
"Nós três acreditamos no que os cientistas estão nos contando há anos, que se trata de uma questão urgente e de segurança nacional, e que deve ser tratada de maneira séria. Isso é o que pretendo que meu Governo faça", afirmou.
Obama afirmou que, embora a mudança climática seja um problema sério, também representa uma "oportunidade".
Dentro do plano idealizado para a recuperação econômica do país, que passa por uma grave crise, o governante eleito estuda fomentar a criação de empregos que estimulem um replanejamento de como se usa a energia.
Também procura "pensar como melhoraremos a eficiência, para fazer com que nossa economia seja mais forte, com que fiquemos mais seguros, reduzamos nossa dependência do petróleo estrangeiro e sejamos competitivos durante décadas, ao mesmo tempo em que salvamos o planeta", ressaltou.
"Não vamos deixar passar esta oportunidade", afirmou Obama, que, para isso, se comprometeu a colaborar com republicanos, democratas, empresários e personalidades como Gore: "Todo mundo que tiver algo em jogo neste assunto, e esses somos todos".
Gore, vice-presidente dos Estados Unidos entre 1993 e 2001, foi derrotado por Bush nas eleições de 2000, cujo resultado final foi decidido pela Corte Suprema.
Desde então, o ex-vice-presidente se transformou em um forte defensor da luta contra a mudança climática, o que fez com que ganhasse o prêmio Nobel da Paz em 2007 e um Oscar pelo documentário "Uma Verdade Inconveniente", o qual protagonizou.
"Quero iniciar medidas drásticas e ousadas que tornem o futuro melhor para nossos filhos", disse o presidente eleito, que afirmou que pensa em fazer isso durante os próximos dois anos.
No início de seu discurso, Obama também se referiu ao escândalo protagonizado hoje nos Estados Unidos pela detenção do governador de Illinois, Rod Blagojevich, acusado de corrupção por querer lucrar com a indicação do ocupante do assento vago no senado pelo futuro presidente americano.
Obama disse hoje estar "entristecido e atônito" com as acusações contra Blagojevich e o chefe de Gabinete deste, John Harris, e assegurou que não manteve "contatos com o governador nem com pessoal de seu escritório, e também não sabia o que se passava".
A lei de Illinois deixa nas mãos do governador a nomeação de um substituto no caso de um dos dois senadores do estado renunciar à cadeira antes de completar o mandato de seis anos. Obama afirmou que não fará mais comentários sobre o governador, pois o caso está sendo investigado. Blagojevic foi liberado hoje depois de pagar uma fiança de US$ 4.500 e espera julgamento.
(EFE, G1, 09/12/2008)