O agravamento da crise na economia mundial atingiu também o setor de celulose e papel no Estado. Grandes empresas do segmento – Aracruz, Votorantim Celulose (VCP) e StoraEnso – que haviam anunciado investimentos no Rio Grande do Sul, recuaram. Os reflexos aparecem na cadeia, com empresas demitindo e concedendo férias coletivas.
Um dos maiores empreendimentos desenvolvidos no Estado para a produção de celulose foi adiado pela VCP: a implantação de uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto. A previsão de investimento era de 1,3 bilhão de dólares na unidade que produziria para os mercados europeu, asiático e americano.
Os reflexos da decisão da Aracruz já atingem, por exemplo, a Tecnoplanta Florestal, uma das maiores empresas na produção de mudas da América Latina, localizada no Sul do Estado, com produção de 80 milhões de mudas por ano em produção própria e 30 milhões de mudas na condição de prestadores de serviços florestais. Segundo o presidente Eudes Romano Marchetti, de outubro até ontem, foram demitidos 500 funcionários entre as três unidades. Na próxima semana, outras cem vagas devem ser encerradas. 'Ficaremos com 200 funcionários'.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Papel e Celulose, Walter Fogaça, lamenta a 'socialização' dos prejuízos. Já na cadeia da madeira houve desaceleração, mas as empresas buscaram novos clientes e prospectaram mercados alternativos. 'Nossa expectativa é de que a União impulsione a economia no próximo ano', salienta o vice-presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais, Roque Justen.
(CP, 07/12/2008)