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cop/unfccc emissões de co2
2008-12-08

Representantes dos principais países do mundo estão reunidos em Poznan, na Polônia, para negociar um acordo global contra as mudanças climáticas. Eles estão tentando criar um compromisso de redução nas emissões de gases de efeito estufa. Ou alguns, como o Canadá, tentam atrasar esse acordo. Hoje, o negociador canadense propôs que o país deve reduzir menos suas emissões de carbono (causador do aquecimento global) porque é um grande produtor de petróleo. É o que conta a equipe da WWF na Polônia. A convite da Época, eles escreveram um artigo contando como estão as negociações. O texto é de André Tavares, Mariana Ramos e Anthony Anderson.

Durante a última semana, as negociações permaneceram mornas entre os delegados, o que já era esperado. Normalmente os negociadores não querem se expor demais e discutem pontos como a necessidade de agir urgentemente contra o problema ou de ter instrumentos econômicos que vão além da compensação de emissões.

Algumas idéias geralmente absurdas são usadas como meio de prejudicar as negociações sobre pontos específicos. Um exemplo claro foi dado por delegado canadense quando mencionou explicitamente que seu país deveria receber uma meta mais amena de redução de emissões, pois parte de sua produção de petróleo emite uma enorme quantidade de gases do efeito estufa. A completa ausência de lógica no seu argumento evidencia sua intenção de atrapalhar as negociações sobre as metas futuras do Anexo I (países desenvolvidos). Os países do Anexo I, como se diz na Convenção, ou os industrializados, entre eles o Canadá, possuem metas explícitas de redução que precisam ser cumpridas até 2012. O Canadá, como país signatário do Protocolo de Quioto, precisa cumprir estas metas, mas, infelizmente, é um dos países que menos desenvolveu esforços para conseguir resultados nesse sentido.

Mesmo assim, alguns países se mostraram mais pró-ativos. O Brasil sugeriu explicitamente metas de 25% a 40% de redução absoluta de emissões para os países desenvolvidos - o que a Rede WWF defende. Já a Nova Zelândia propôs metas de 15% a30% de redução em relação ao cenário tendencial para os países em desenvolvimento.

Na área de florestas, ou mais especificamente Redução de Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação florestal (REDD), uma das que mais interessa ao Brasil, surgiu ontem uma polêmica: o embaixador extraordinário de Mudanças Climáticas do Itamaraty, Sérgio Serra, declarou à imprensa que o Brasil não aceitará créditos de carbono florestal para compensação de emissões de países industrializados.

Posições irredutíveis, como esta apresentada pelo governo brasileiro, podem inviabilizar as negociações em Poznan rumo a um novo acordo global de clima a ser assinado no ano que vem, pois os países signatários do novo tratado devem estar de comum acordo com todos os pontos. Outros países com áreas florestais tropicais como a Indonésia, por exemplo, defendem o uso de créditos florestais junto com fundos voluntários, como o Fundo Amazônia, para financiar o REDD.

Entretanto, mesmo que o processo de negociações ainda não tenha entrado plenamente no ritmo, não significa que não ocorreram avanços. As negociações em Poznan constituem o clímax de um ano de encontros e negociações intermediárias que culminaram em dois textos oficiais (um para as negociações sobre o Protocolo de Quioto; outro para as negociações no âmbito da Convenção), precursores dos acordos para o Pós-2012. Os textos, por reunirem as contribuições de todos os países, constituem um conjunto de idéias e propostas, muitas vezes conflitantes, que serão alvos de negociações posteriores. Eles podem ser encontrados em http://unfccc.int.

Mesmo com tantos pontos de atenção, ainda sobra um tempinho para dar risadas. As negociações ocorrem num ambiente muito formal, cheio de pompa e circunstância. Centenas de diplomatas sentam-se cuidadosamente argumentando e contra-argumentando com o “suposto” objetivo de finalizar o futuro acordo internacional de mudanças climáticas para o Pós-2012. Claro que num ambiente assim, qualquer escorregadela é notada.

Algumas idéias, digamos, “curiosas” acabam escapando da boca dos delegados. Uma das mais divertidas intervenções surgiu de um representante japonês que, na tentativa de exemplificar a necessidade de alteração do modo de vida atual, teve a idéia de usar ele mesmo como exemplo. Um aparente fanático por higiene pessoal, propôs, diante do plenário internacional, reduzir suas duchas de final de semana de 8 para 3 e reduzir seu tempo de banho para 15 minutos… Quanta generosidade da parte dele, não? Isso é um mínimo que todos devem fazer!

Com um clima desses, caiu muito bem o protesto da Rede WWF com esquiadores e snowboarders mundialmente famosos que fizeram uma série de apresentações para expressar seu apoio às ações urgentes contra o aquecimento global. A tendência é que os invernos sejam cada vez mais amenos e com menos neve. Se não forem tomadas atitudes agora, as famosas estações de esqui também vão desaparecer.

(Época, 05/12/2008)


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