A semana decisiva para as discussões diplomáticas da 14ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Poznan, Polônia, dirá se, ao fixar metas para a redução do desmatamento da Amazônia, o Brasil se tornou líder ou vilão na questão ambiental. Apresentadas na segunda-feira, em Brasília, dentro do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, as metas de reduzir 70% o desflorestamento vêm dividindo opiniões em Poznan.
O País é elogiado por se comprometer com números, atitude vista por parte dos analistas como arrojada, em uma conferência marcada por evasivas. Mas enfrenta críticas de ambientalistas por prever objetivos ?pouco ambiciosos?, reconhecendo, na melhor das hipóteses, a perda 70 mil km² de floresta - um território igual ao da Bélgica e da Holanda somados.
O plano nacional, divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, marca uma reviravolta na política de Estado para a Amazônia. Cobrado desde sempre nos fóruns internacionais, o Brasil até aqui não aceitava estipular metas para redução do desmatamento enquanto nações industrializadas não se comprometessem.
Segundo o consenso da comunidade científica em 2007, 20% das emissões mundiais de gases-estufa têm origem no desflorestamento. No Brasil, essas emissões representam 75% do total. Pelo texto, o governo se responsabiliza a reduzir em 40% o desmatamento médio anual no período 2006 a 2009 comparado a 1996-2005. Nos períodos seguintes (2010-2013 e 2014-2017), a meta passa para 30% em cada etapa. Com isso, o País evitaria a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2) até 2017. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(AE - Agencia Estado, 07/12/2008)