O presidente da França e da União Européia (UE), Nicolas Sarkozy, fracassou em sua tentativa de convencer neste sábado líderes de países da União Européia que pertenciam ao bloco comunista a aderirem a um plano do bloco para redução das emissões de poluentes que provocam o efeito estufa. Em um encontro com líderes de nove países da Europa oriental, Sarkozy ouviu deles que o plano, que prevê uma redução em 20% das emissões da UE até 2020, ignora a dependência que esses países ainda têm da queima de carvão para produzir energia - o que libera poluentes na atmosfera.
Os líderes também argumentaram que a proposta não leva em conta que esses países são mais pobres que outros que integram o bloco. Sarkozy, porém, disse que a reunião levou a avanços sobre o tema e manifestou confiança de que um consenso possa ser alcançado na cúpula dos 27 líderes dos países da União Européia, a ser realizada em Bruxelas na semana que vem.
Um dos participantes do encontro deste sábado, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, também indicou que acredita que um acordo é possível em Bruxelas. Além de Tusk, participaram da reunião com o presidente francês na cidade polonesa de Gdansk os líderes de Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Eslováquia, Bulgária, Romênia e República Checa.
Liderança
O encontro em Gdansk ocorreu paralelamente a outra reunião que vem acontecendo na cidade polonesa de Poznan, em que representantes de dezenas de países negociam um novo acordo global para substituir o protocolo de Kyoto de redução dos gases do efeito estufa, que expira em 2012.
De acordo com o correspondente da BBC na Polônia Matt McGrath, embora a reunião em Gdansk não tenha tido nenhuma relação direta com a reunião em Poznan, ela foi vista como crucial para manter a liderança do bloco europeu nas negociações sobre mudanças climáticas.
O plano proposto pela França que enfrenta resistência dos países do antigo bloco comunista se concentra em três áreas: corte nas emissões de poluentes, ampliação do uso de fontes renováveis de energia e aumento da economia no uso da energia.
Além de prever que, até 2020, diminuam em 20% as emissões da UE, a proposta sugere que até esse ano aumentem também em 20% o uso de fontes renováveis e a economia de energia. O presidente francês quer que o pacote já esteja finalizado antes de entregar a presidência rotativa do bloco à República Checa, em janeiro de 2009.
(BBC Brasil, Ultimo Segundo, 06/12/2008)